Não há dia em que não se ouça que a “A Farmácia já não é o que era!”.
E é justamente por isso que importa investirmos mais em estarmos bem preparados, fazermos coisas diferentes e criativas, vivermos os valores definidos e em que acreditamos, e nunca defraudarmos nem as expetativas dos clientes nem as da nossa equipa…
Foi isso que fizemos durante a Pandemia e superámo-nos como nunca.
Estar no mercado hoje, e continuar nele de forma sustentada, é um jogo que é preciso escolher jogar bem.
O campo e as regras
O campo em que nos movemos é cada vez mais competitivo e a oferta cada vez mais diversificada, por isso é preciso “alargar” as portas da Farmácia, enveredar por outras formas e até plataformas para comunicar com o Cliente. E as regras mudaram nos últimos anos, o que faz com que seja preciso pensar de forma menos estanque e reinventar a nossa abordagem periodicamente.
Para o bem e para o mal, temos cada vez mais opções de modelos de negócio, até pela prestação de serviços diferenciadores. Há que enveredar por caminhos que estejam em linha com a missão e a cultura da Farmácia, senão arriscamo-nos a perder alguns dos elementos determinantes pelo caminho. Não dinamizar é arriscar falhar!
O Coach
Falemos do papel do Treinador enquanto líder das equipas, o Diretor Técnico ou Gestor. Na verdade, não tem de ser a súmula das competências técnicas dos elementos da equipa, não tem de saber fazer tudo melhor do que ninguém, e muito menos que substituir-se aos outros elementos da Farmácia. O Treinador não joga… o que nos faz pensar que os processos operacionais da Farmácia não devem estar assentes no líder.
Perante a equipa, o DT lidera, orienta, dá o exemplo, corrige, reforça, motiva, inspira, dá alento, e diz o que tem a dizer quando é preciso.
E se Delegar o(a) assusta, há que estar recetivo a que só demora mais nas primeiras vezes e que o “precioso” conhecimento não pode mais ficar apenas na cabeça de uma pessoa, senão nunca vamos libertar tempo para fazer o que mais ninguém pode fazer pela Farmácia, que é pensar o futuro do negócio.
A motivação e o ambiente positivo são fundamentais para que as empresas superem os desafios que enfrentam. Longe vai o tempo em que a motivação era apenas responsabilidade do DT / Gestor, mas há que reconhecer que um líder cabisbaixo e pouco carismático dificilmente inspira alguém…
Comunicar é palavra de ordem! Quanto menos vontade tiver de o fazer, mais importante é começar, falar abertamente sobre as coisas (boas e menos boas), envolver os Farmacêuticos e os Técnicos na geração de ideias, antecipar situações, ter tempo para escutar a Equipa…
Noutra perspetiva, e mesmo que isso também implique sair da zona de conforto, às vezes é preciso apresentar alguns cartões vermelhos e amarelos ao desempenho das nossas equipas. Mas, contrariamente à reação que vemos estampada no rosto dos jogadores quando o árbitro lhes mostra estes cartões, o líder deve assegurar-se que o feedback que dá permite a cada elemento refletir e aprender com os erros, e que deles resulta uma mensagem positiva para um desempenho futuro. Por isso, nunca esquecer, o feedback em torno de comportamentos negativos deve ser dado de forma individual…
Mas há que mostrar outros cartões! O reforço positivo é genericamente bem-vindo e um “bom trabalho” ou um “parabéns” são importantes para reconhecer que se está no bom caminho e dar forças para continuar. Se os resultados aparecem, há que celebrá-los e há que elogiar perante o grupo quem contribui de forma significativa para que o sucesso chegue.
Os golos e os penalties
“Prognósticos, só depois do jogo” – Será que nos podemos dar a este luxo?
Uma coisa é certa, podemos fazer um jogo excelente e os resultados não aparecerem, podemos ter um jogo que não seja nada de especial e o resultado ser melhor do que se esperava. Sabemos é que o que conta são os resultados, não o esforço! E às vezes esquecemo-nos que dependemos dos golos que soubermos marcar…
Quanto aos penalties, esses dão imenso jeito porque somam ao resultado, mas não podemos contar com eles à partida… Se a sazonalidade ajuda esporadicamente, se passa aquele anúncio do OTC na televisão, se há mais clientes que nos encomendam por mail ou whatsapp, se angariou mais um Lar, fantástico… mas não podemos de modo algum cruzar braços e ficar à espera que a sorte nos traga boas notícias.
Para os resultados chegarem, há que definir novas estratégias on-site ou on-line, há que ajustar as existentes, há que fechar o ciclo e medir o retorno de cada coisa que estamos a fazer, há que arriscar também. Cada linha de atuação que adotamos nem sempre tem resultados imediatos, muitas até correrão mal, mas há que experimentar, ser consistente e investir tempo suficiente em cada ação de marketing. Se não resultar, abandona-se e elege-se outra, e outra, e outra…
Sem objetivos não se marcam golos!
Os sócios e os espectadores
Os sócios, os espectadores, os fãs aqui são outros. Ninguém gosta de assistir a jogos de bola parada! Temos a obrigação de gerir as melhores expetativas de todos…
Imagine que todos os clientes e colaboradores eram sócios da Farmácia, seria diferente? Seríamos mais criativos, estaríamos todos mais envolvidos no processo, que tipo de valor teríamos a capacidade de gerar?
Para além do “atender” de outros tempos, estarmos disponíveis para servir, antecipar problemas, promover a solução completa, diversificar Serviços, retribuir o nosso sucesso em iniciativas de Responsabilidade Social, fazer a diferença junto dos nossos utentes… Porque não?
Vamos acabar com os fora de jogo na Farmácia?!
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