De Farmacêutico para Farmacêutico
Com a chegada do Inverno e as mudanças climáticas, a venda de suplementos alimentares aumenta. É importante aumentar a imunidade nesta época.
E a sua farmácia? Está imune contra as mudanças climáticas?
Quero com isto saber se está imune contra ventos de mudança de regras, quer nos preços dos medicamentos, quer nas margens e comparticipações.
Já sei… era bom que estivesse, não era?
Como podemos nós, em diferentes áreas da farmácia, melhorar as nossas defesas, tornando-nos mais fortes e imunes às constantes alterações?
Antes de começarmos, é imperativo saber que o mais importante de tudo é conhecer os nossos utentes e o meio onde estamos inseridos. Todas as grandes empresas de distribuição fazem esse estudo de forma a adequarem os seus produtos e serviços à população que as rodeia. Só assim conseguem ver crescer as vendas e gerir stocks.
Conhecidos os nossos clientes, em que área podemos intervir de forma a ganhar imunidade?
Serviços
Quais são os serviços, para além da dispensa de medicamentos, que a sua farmácia presta ao utente? Como local de saúde, podemos diversificar os serviços de modo a satisfazermos os nossos utentes e cativar outros. Terá de pensar em quais os serviços mais adequados ao seu espaço e ao meio onde está integrado.
Se tem uma população envelhecida, pode sempre pensar em podologia, serviço de enfermagem, dispensa individual de medicamentos, seguimentos farmacoterapêuticos, rastreios de factores de risco cardiovascular ou nutrição adequada às diferentes patologias (nutrição para diabéticos, etc.). Se estiver numa zona de população mais jovem, pode sempre fazer sessões de formação sobre acne, gravidez, alimentação, etc.
Pode e deve juntar a sua equipa para que contribuam com ideias. Quanto mais envolvidos estiverem, melhor.
Feita uma lista de diferentes serviços, falta pensar qual a melhor forma de os tornar rentáveis.
Melhorar e ampliar os serviços da farmácia significa chegar a mais gente e envolver cada vez mais os nossos utentes.
Envolvimento com a comunidade
Estamos habituados a estar dentro da farmácia e a comunidade a vir ter connosco, mas porque não tentar o contrário? Porque não vamos às escolas, aos lares e às empresas vizinhas? Porque não estabelecer parceriaS com o ginásio mais próximo ou mesmo até com o SPA? Temos exemplos destes que funcionam lindamente.
Como farmacêuticos, temos um papel educativo e de apoio à comunidade!
Podemos pensar em parcerias com retorno imediato, que levam a compra directa, mas também podemos ter retorno posterior por agradar aos utentes.
Não se esqueça que é preciso semear para colher!
Stocks e marcas disponíveis
É importante adequarmos o nosso stock, quer em quantidade, quer em qualidade, ao nosso meio envolvente.
Vejo muitas farmácias a quererem manter a puericultura quando apenas têm uma grávida na terra. Valerá a pena o investimento em stock permanente em produtos que rodam uma vez por ano?
Já agora, alerto para a importância da análise regular do nosso stock sem rotação. É importante uma gestão meticulosa dos stocks. E é importante não esquecer que a gestão tem de ser contínua, pois o consumo é dinâmico. Existe a sazonalidade, “modas” de prescrição, etc., que devemos ter em conta na gestão contínua dos stocks.
Se a nossa população é envelhecida, vamos adequar o sortido à idade. Já tentou dinamizar a ortopedia, a zona dos avós, ou até mesmo o cantinho do diabético? Como bem sabe, a diabetes e as alterações cardiovasculares estão no top das doenças dos idosos.
Relativamente às marcas disponíveis, devemos perceber os hábitos dos utentes. Compram marcas caras? Têm poder de compra? Com uma análise de vendas das diferentes marcas conseguimos perceber isso. Será que as marcas que tem disponíveis na farmácia são as que os utentes mais gostam? Se quisermos esclarecer melhor em que marcas apostar, podemos fazer um inquérito sobre esse tema. Perguntar ao utente que marcas costuma usar, quais gosta mais e se a farmácia lhe satisfaz as necessidades.
Atendimento de excelência
Se as farmácias têm basicamente todas os mesmos produtos, o que faz os utentes irem à sua farmácia e não à vizinha? É o atendimento, a experiência de ser atendido na sua farmácia! É a forma como são recebidos, a maneira clara com que explicam as coisas, como lhes resolvem os problemas, como são simpáticos com eles, etc. É basicamente isso.
Basta pensarmos em nós como consumidores de outras lojas. O que nos faz ir a umas lojas e não a outras?
Devemos ter um cuidado particular nos colaboradores que estão ao balcão. São eles que estão a “dar a cara” e são a imagem da farmácia. Desta forma, é preciso garantir que são colaboradores simpáticos, empáticos e com capacidade para resolver os problemas dos utentes.
Caso ache necessário, pode e deve apostar na sua formação em atendimento.
Existem ainda outras áreas que certamente pode melhorar na sua farmácia. Todas as melhorias feitas são “comprimidos de imunidade” que vão proteger a farmácia contra os efeitos destas constantes alterações!
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