Muito provavelmente, nesta nova normalidade a que diariamente somos chamados a responder…
Quando começamos a sentir que o dia não chega para darmos as respostas que precisamos (ou pretendíamos), quando estamos manhãs e tardes a lidar com urgências, quando a equipa até é grande, mas estão poucos elementos a trabalhar, quando nos sentimos permanentemente em dívida para com a nossa vida pessoal, quando acordamos de manhã sem vontade de ir para a Farmácia… é chegado o alerta!
Angustiado pelo girar dos ponteiros?
Longe vão os tempos em que os ponteiros giravam a outro ritmo ou com outro retorno… provavelmente sentimo-nos atordoados por esta incerteza que não termina e amarrados à gestão do curto prazo, o que nos angustia profundamente.
Se precisamos de dar respostas rápidas e diferenciadoras, se precisamos de ser líderes mais eficazes junto das nossas equipas, se precisamos de pensar o que mais ninguém pensa, é natural sentirmos a pressão do tempo. Na verdade, este é hoje um desafio generalizado de todos os gestores.
Se isto é verdade, não é menos verdade que a maior parte deles chama à sua agenda, inúmeras tarefas que, supostamente são trabalho de outros…
Ajudar a cumprir as tarefas dos Farmacêuticos e dos Técnicos da Equipa não é fazer por eles e pode acabar a desajudar a Farmácia. Estar submerso no curto-prazo, porque os atendimentos e as vendas diminuíram, mas o trabalho não, faz-nos perder a consciência de que é necessário investir no que vem a seguir…
Será isto sinónimo de ter a agenda sempre cheia, de ser interrompido milhentas vezes ao dia, de estar mergulhado em faturas para calcular preços ou até de encomendas para dar entrada, de horários para fazer, de devoluções para tratar, de ser dos últimos a sair da Farmácia e de desesperar porque o dia não estica?!
É curioso porque numa altura em que pedimos a cada elemento das nossas equipas para ser líder de si próprio e se superar, em que falamos mais do que nunca de alinhamento e compromisso, de desenvolver um trabalho autónomo… como estamos nós enquanto Direção Técnica ou Gestores no controlo do nosso destino? Que congruência estaremos a passar às nossas pessoas?
Pedimos-lhes para contribuir com ideias e nós não conseguimos deixar tempo para pensamento criativo, falamos na importância da comunicação e não damos feedback individual porque há outras prioridades, tomamos coragem para delegar mas depois não acompanhamos e damos por nós a duplicar trabalho, de braço dado com eles…
Emergência implica estar alerta e… mudar comportamentos!
Controla o seu tempo ou é o tempo que o controla a Si?
Não está em causa começar de novo, mas há que assumir que a nova normalidade veio para ficar e por isso temos que escolher encontrar outras abordagens e adotar novos hábitos, para conseguirmos influenciar os resultados.
Podemos ler todos os livros sobre gestão de tempo e desenvolvimento pessoal, podemos assistir a todos os webinares, mas fazer diferente tem que ir para além do propósito.
Estamos no fim do primeiro trimestre, provavelmente a olhar para os números do período homólogo de 2020 ou até de 2019 como uma miragem…
Teremos sempre dois desafios fundamentais, não há porque complicar: selecionar o que fazer e executar. Às vezes avançamos para a execução e esquecemo-nos que o primeiro passo é essencial…
O que a/o impede de trabalhar melhor?
Revisite frequentemente os objetivos, garanta que tem as competências chave dentro de portas, faça questão de chamar a si as compras e a negociação, priorize (ou pelo menos considere avaliar) o on-line e a comunicação digital, seja crítico relativamente aos processos chave, dê feedback e faça coaching à sua equipa.
Delegue as tarefas que lhe consomem tempo e energia, permita que outros ganhem autonomia em áreas em que não é tão eficaz.
Aloque tempo para aprender, para investigar, para escutar a opinião dos outros, para conversar e partilhar iniciativas com os seus melhores colegas. Não tem que ter as respostas todas, mas ficar só pelas suas pode ser demasiado redutor.
Ouse não continuar a procrastinar… Em cada dia, certifique-se que faz qualquer coisa para chegar mais perto dos objetivos. Seja firme no eliminar dos hábitos que não o levam a lado nenhum, das boas desculpas e introduza disciplinadamente novos hábitos que o levem aos resultados de que precisa.
É que se o tempo é um recurso precioso, há que reinventar a forma como o empregamos… Que a emergência destes tempos não seja um estado, nem nosso nem da Farmácia, mas o mote para fazermos diferente e nos pormos agora mesmo a caminho!
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