Este fim-de-semana deparei-me com um trabalho do meu filho em que tinha de adaptar o poema de Camões que é de todos conhecido: “Descalça vai para a fonte, Leonor pela verdura vai formosa e não segura”
E o mote que seria para o trabalho dele acabou por me ajudar a construir um artigo! Pois ainda existe esta realidade no universo das Farmácias: vão formosas, mas não seguras.
Estão de facto muitas delas Formosas, quer no sentido estético e de espaço, quer nas equipas que têm a trabalhar. Mas por vezes vão menos seguras.
Quando trabalhamos em projectos de Optimização e Gestão de Lineares, procuramos tornar as farmácias formosas e seguras.
Formosas
No sentido do espaço que apresentam ao cliente, temos assistido a uma renovação completa das farmácias. Lineares mais clean, espaços mais luminosos, com boa identificação de categorias e apresentando novas áreas ao público.
Cada vez mais os gestores e responsáveis de equipas de Farmácia estão a par das necessidades dos clientes. Percebem quando novas categorias ou subcategorias estão a emergir, por moda, por necessidade, por inovação. Já são muitas as farmácias que disponibilizam atendimento e produtos em áreas como a nutrição e suplementação desportista, aconselhamento a clientes seniores, domiciliação de certos serviços, aposta em gamas diferenciadas ou exclusivas, entre outras.
Entendem ainda que o espaço disponibilizado para as promoções, produtos sazonais, entre outros, devem ser potenciados e divulgados junto dos clientes.
Outros estão a apostar em estímulos sensoriais, tais como aromas, cores, quadros interactivos, monitores digitais que para além de anunciarem os serviços da farmácia promovem conselhos de saúde, ambientes diferentes que conquistam os utentes.
As Farmácias estão mais bonitas, com mais “saúde”, e mesmo com poucas alterações ao espaço, as mudanças são sempre bem-vindas.
E seguras?
Mas terão lógica algumas das alterações? Como as podemos potenciar? Será que as estamos a fazer da melhor maneira?
É nesta altura que a gestão e rentabilização dos lineares é mais crítica que nunca. É necessário perceber o que deve ser promovido, que margem dá à farmácia e que espaço atribuir mediante a rentabilidade do produto ou linha.
Eu sei que a imagem de certas categorias é mais aliciante que outras, mas temos de estabelecer um compromisso entre o que queremos expor e qual a rentabilidade desses mesmos produtos.
É imprescindível apostar em produtos âncoras, líderes de mercado, conhecidos e falados nos media. São eles que atraem os clientes ao espaço da farmácia, ajudando depois a fomentar vendas cruzadas.
Dessa forma, temos de perceber qual o espaço que vamos disponibilizar para determinada marca em detrimento de outras, para que a rentabilidade na compra seja reflectida também na venda.
Deve ser feita ainda a analise às categorias que trazem pouca rentabilidade e o espaço por elas ocupado. Sabemos que os artigos de puericultura têm um aspecto muito melhor que os de ortopedia, mas em algumas farmácias está a observar-se essa inversão de clientes, menos bebés e mais seniores. Assim, há que ter coragem de alterar a mancha disponibilizada nos lineares, apostar nos produtos de maior rentabilidade à altura do rosto e diminuir o número de marcas das subfamílias que se vendem menos.
A outra matemática a fazer é perceber, dentro da mesma categoria, que marcas privilegiar e como orientar o espaço ocupado pelas mesmas. Se pensar bem num determinado tipo de produto, desde os vitamínicos aos MNSRM para problemas musculares, antigripais, elixires ou colutórios, entre outros, qual a marca a que deve dar mais espaço e destaque?
Primeiro não precisa, de facto, de ter todas as marcas. Uma vez identificadas as marcas com melhor rentabilidade, há que apostar em mais espaço de prateleira ou lugar de destaque. Se esse produto for líder de mercado, até pode ajudar a dinamizar zonas mais frias da sua farmácia, mas a mancha terá de impactar o cliente.
Será seguramente melhor apostar num sortido menor, mas com maior rentabilidade para a farmácia, do que numa grande variedade que confunde não só o cliente mas também a equipa!
É que é importante que a Farmácia vá formosa e segura!
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