Terá ficado a pensar nas embalagens gourmet que trazem meia dúzia de coisas, nos pratos deliciosos dos grandes chefs em que o apontamento de comida nos deixa água na boca para muito mais, ou até mesmo na última sobremesa deliciosa que pediu e que lhe serviram num daqueles shots minúsculos de chorar por mais… Mesmo se mudarmos o rumo do pensamento, o resultado não é diferente. Ora veja, as férias são fantásticas, mas são sempre curtas, e os fins-de-semana nem se fala, já que voam num ápice! E na Farmácia, será que há pequenos passos a dar que nos permitam saborear resultados diferenciadores?
A Criatividade…
Todas as empresas evoluem fruto das ideias que tiverem capacidade de gerar em torno dos produtos, serviços e soluções que vierem a disponibilizar no mercado. A Farmácia não é excepção!
O facto é que nem sempre as ideias surgem a pedido, quando se envia um e-mail aos colaboradores para angariar novas abordagens ou se disponibiliza uma caixa no back-office para que os colaboradores depositem as suas sugestões “out of the box”.
Também os momentos de brainstorming que proporcionamos, como por exemplo nas reuniões de Equipa, e falo mesmo dos autênticos, em que as ideias são trazidas sem filtros nem “censura”, nem sempre garantem uma base de trabalho para futuros processos de inovação.
Será que a sua Farmácia pode continuar a depender destes processos casuais ou aleatórios de geração de ideias?
Ou será chegada a altura de introduzir disciplina na criatividade?
Terão os Directores Técnicos e os Gestores que aplicar raciocínio criativo de forma sistemática?
Disciplinar a criatividade pode implicar romper com a convicção de que as ideias que temos no chuveiro, no carro ou quando já estamos deitados e pegamos no telemóvel que está à nossa cabeceira para enviar um e-mail a nós próprios (não, não é o único a fazê-lo) nos bastam…
A criatividade é um factor-chave na qualidade da liderança, que deve ser explorado permanentemente se queremos desafiar o modelo de negócio e diferenciar-nos em termos de estratégia.
Importa por isso desafiar as premissas estabelecidas, pensar de fora para dentro, olhar transversalmente aos mercados e ir buscar conceitos a outros sectores de actividade. Importa deixar de o fazer de forma esporádica ou quando os resultados do mês fraquejam ou a margem libertada diminui.
E se, a cada semana, roubarmos explicitamente à agenda uma hora, para nos forçarmos a desenvolver o processo criativo?
A inovação agradece!
A Mudança…
Mas inovar implicar começar de novo, implica fazer diferente, implica mudar! E a mudança é necessária e deve estar presente para introduzir melhorias contínuas.
Agora, será que todos gostam de mudança? Claro que não!
Resistir à mudança é um denominador comum à maioria das pessoas. Se esta for imposta e pouco doseada, gera desconforto, e é de esperar que muitos Técnicos e Farmacêuticos tenham receio do novo e do desconhecido, já que tudo fica complexo e diferente do que é habitual.
Cada um de nós é um misto de emocional e racional, e a forma como nos sentimos relativamente às mudanças propostas às vezes atrapalha o processo racional de pensamento…
Sempre que nos propomos alterar o que fazemos e como fazemos, é importante que o(s) passo(s) para o efeito se nos apresente(m) de forma simplificada.
E a estatística piora drasticamente sempre que as mudanças chegam todas ao mesmo tempo…
Nas nossas sessões de diagnóstico gratuitas, continuamos a observar diversas Farmácias que, perante a angústia dos resultados, resolvem mudar drasticamente de rumo, ou optam mesmo por mudar a equipa quase toda ao mesmo tempo, o que habitual (e lamentavelmente) vem dar razão ao provérbio popular de que “é pior a emenda do que o soneto”.
Mudar baseia-se em encontrar novos caminhos ou facultar caminhos alternativos, não adianta puxar o tapete ou acelerar a escada rolante, que a equipa no seu todo vai tropeçar.
Não é preciso mudar tudo ao mesmo tempo, aliás, é desejável manter o que se faz bem e nos traz resultados.
Seleccione áreas prioritárias de mudança, como lançar serviços diferenciadores, criar novas dinâmicas de marketing, repensar a interacção com a Comunidade, optimizar os lineares, etc., e implemente sucessivamente, mês a mês.
Se a comunicação for eficaz, mitigamos o risco e a ansiedade das nossas Equipas. Até porque encorajar e dar feedback nunca saíram de moda…
Controlo
Ora aí está outra situação de que tipicamente ninguém gosta!
Mas controlo não tem que significar perda de autonomia… Controlo pode significar medir e partilhar resultados, e isso é absolutamente necessário.
O barco não pode ficar à deriva, e muito menos podem os timoneiros ficar somente entusiasmados com as novas ideias e a as mudanças que foram introduzidas.
Há que apurar resultados e ver se estamos a caminhar na direcção dos objectivos… e, muito importante, se o estamos a fazer à velocidade certa.
Longe vão os tempos em que, em termos de melhores práticas de gestão, privilegiávamos um controlo operacional na linha do “pica miolos”, que isso não motiva nem favorece o trabalho autónomo de ninguém.
A medição e a partilha de resultados devem ser vistas como ferramentas que, em tempo útil, nos permitem aferir como estão os resultados e que desvios temos sobre o que nos propusemos empreender.
Se só medirmos no final do ano, corremos o risco de fazer uma autópsia aos nossos resultados… Nessa altura já não os podemos influenciar e não poderemos decidir nada que nos permita actuar sobre os números.
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