Até parece o teaser da agenda de maio na Farmácia, com os rastreios do mês do coração…
Mas falamos de dores de crescimento e da gestão emocional das mesmas, enquanto elementos da Equipa ou seus responsáveis.
Crescer é bom, mas não é nada fácil!
As empresas nem sempre estão preparadas para crescer rápido demais ou são dimensionadas para que o crescimento perdure. Sabemos que, mais difícil do que crescer, é manter esse crescimento ao longo do tempo. E na Farmácia não é diferente…
Quando o crescimento não é bem conduzido e os problemas são recorrentes, o diagnóstico torna-se evidente. Reclamações constantes de clientes, equipa desmotivada, falta de elementos com as competências de que precisamos, guerras de poder e resultados aos soluços podem tornar-se efetivamente nas mais desafiantes dores de crescimento.
Vamos conhecer melhor estes sintomas?
Clientes insatisfeitos
Sempre que cometemos erros recorrentes e não conseguimos endereçar as expetativas que criamos, as reclamações dos utentes tornam-se frequentes. Não há como não avisar um cliente de que o produto não chegou, atrever-se a dizer “não foi comigo” ou não criar alternativas.
Para melhorar é preciso errar, mas os erros não podem ser a exceção tornada regra…
Quando a perceção do Serviço de Excelência no atendimento é descurada pela equipa, tornamo-nos incapazes de lidar com as objeções. Por outro lado, quanto maior for a sobrecarga dos elementos de balcão, mais se condiciona a Paixão por Servir!
Equipa desmotivada
Importa facultar à Equipa os recursos, a estrutura e a comunicação adequada.
Sempre que estas premissas não se verificam, a probabilidade de a equipa estar no limite mínimo, a trabalhar sob pressão e a atuar em modo bombeiro são enormes.
Não menos comum é o Diretor Técnico ou Gestor estar menos disponível para os colaboradores e a comunicação tornar-se escassa e confusa.
E quando o Líder descura o apoio à equipa, a orquestra desafina, o grupo de trabalho perde o foco e a falta de motivação instala-se!
Tarefas confusas
Às vezes damo-nos conta de Farmacêuticos e Técnicos que não sabem a definição de Funções que está em vigor na Farmácia, e o pior é que parece que se esquecem seletivamente das tarefas de que não gostam…
Mas importa definir claramente as responsabilidades de cada elemento da equipa, caso contrário, vamos continuar a ter de lidar com responsabilidades pouco claras, com colaboradores que investem em tarefas não importantes e com colegas a executar tarefas em duplicado. E o pior é o que fica por fazer, enquanto uns estão à espera dos outros!
E a necessidade de repensar processos mal definidos? Falta tantas vezes sentido crítico e acabamos a fazer como sempre fizemos.
O não tratar dos esgotados e rateados adequadamente, o não endereçar uma reclamação urgente porque foi com o colega A que está de folga, a falta de reposição dos lineares e, sobretudo, o ter a zona de público cheia e os elementos de balcão todos no back-office a tratar da papelada serão excelentes exemplos que o deixarão à beira de um ataque de nervos!
Competências inadequadas
“Com tanta gente na Equipa e não há ninguém para trabalhar…” – Ops, será que esta reflexão já lhe ocorreu?! Nos últimos dois anos, com a Pandemia, nem se fala.
Isto resulta do facto de tipicamente colocarmos mais carga nos melhores ou nos mesmos de sempre, porque já sabemos que vão fazer acontecer, e não investirmos no desenvolvimento de competências do resto da Equipa…
Muitas vezes temos connosco pessoas que não vivem os valores ou contratações malsucedidas, ou porque não avaliámos bem o perfil necessário, ou porque dos poucos candidatos que nos apareceram escolhemos o que estava disponível mais cedo!
Noutras situações admitimos as pessoas, mas depois não temos tempo de as acompanhar devidamente e, sem o nível de competência adequado, não confiamos e não delegamos.
Mas manter poucos e bons submersos em trabalho tem uma fatura enorme no futuro!
Conflitos de poder
Às vezes permitimos que a responsabilidade e a autoridade sejam confusas – ou denotamos falta de coordenação dos substitutos/adjuntos, ou todos mandam e ninguém faz acontecer, ou até temos elementos a dar orientações em direções opostas e não há quem se entenda…
A falta de legitimidade para a função ou a ambição desmedida despoletam ruído no ambiente de trabalho e levam a conflitos frequentes e a lutas de poder.
Por isso, importa definitivamente clarificar a autoridade e a responsabilidade, independentemente da dimensão da Farmácia ou do organograma que possa estar afixado.
Resultados intermitentes
Sempre que as dores anteriores se combinam, não será de estranhar que a energia se canaliza na direção errada, que a determinação se torna escassa, que a gestão emocional fica ao rubro e que o desempenho e a produtividade deixam muito a desejar.
Por isso, não será de estranhar que tudo se reflita em resultados inconsistentes!
E se isto se conjugar com alturas de menor visitação da Farmácia ou no pico das férias, o impacto nas vendas e na rentabilidade face ao período homólogo poderão fazê-lo desesperar.
Se se reviu em alguns destes sintomas na sua Farmácia, talvez esteja mesmo na altura de parar para pensar. Parar faz-nos conseguir ter aquilo a que chamamos de uma visão de helicóptero do nosso negócio, necessariamente distante do bater do coração…
É preciso conhecer os problemas, é verdade, mas é muito mais necessário reconhecermos as oportunidades, sabermos procurá-las e termos a capacidade de nos focar na solução.
Vamos a isso, que ainda temos mais de metade do ano para percorrer?!
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