A gestão eficaz de conflitos sempre foi um tópico quente e desafiante, mas no contexto que estamos a atravessar assumiu ainda mais relevância. Os nervos estão à flor da pele, o receio por nós e pelos nossos, a informação e contra informação, o medo, o descrédito num conjunto de instituições e o cansaço geral por muitos verem as suas vidas cada vez mais complicadas contribuem para uma gestão de conflitos cada vez mais desafiante.
A inteligência emocional torna-se assim uma ferramenta fundamental para gerir os conflitos. As competências pessoais e sociais podem ser trabalhadas e o coeficiente de inteligência emocional, ao contrário do QI pode mudar ao longo do tempo.
Conhecermos as nossas emoções e sentimentos, perceber como essas emoções nos afetam e impactam os outros é a base de uma boa inteligência emocional. Se percebemos isto, sabemos então como comunicar eficazmente, como nos motivamos e como gerimos os nossos relacionamentos e como mediamos ou gerimos os conflitos.
Então como podemos trabalhar a nossa inteligência emocional?
Competências Pessoais
Auto-conhecimento
É ter a capacidade de compreender as próprias emoções e os seus efeitos e de identificar o que está a sentir e porquê. Consegue-se estabelecer a ligação entre os sentimentos e aquilo que pensa, diz ou faz.
Todas as emoções têm uma origem, tem de perceber porque estão associadas às suas reações.
É preciso trabalhar e conhecer o que o “tira do sério”. Perceber porque age da forma que age e qual a onde de choque das suas reações às emoções. Se conhecer estes trigers saberá decerto perceber quando um conflito sem necessidade poderá estar a acontecer.
Auto-controlo
É mais do que resistir a um comportamento explosivo e problemático. Trata-se de transformar impulsos destrutivos em energia positiva e conseguir pensar com clareza em situações de pressão.
Por vezes basta ter calma, contar até 10 ou então “dormir” sobre o assunto. Sorrir mais e visualizar-se a conquistar metas é importante para canalizar a má energia para algo positivo.
Auto-motivação
É importante ter verdadeira paixão pelo que faz e ser capaz de o demonstrar. A capacidade de nos auto-motivarmos é diferente da motivação extrínseca. Esta também é importante, mas sem a nossa própria força motriz, nada feito.
A capacidade de resiliência e de influenciar os outros de forma positiva, permite uma gestão de conflitos de forma assertiva sem esquecer o lado de cada um e o esforço por buscar algo positivo.
Para isso, é importante a vontade de estar sempre a aprender, de manter o foco nos seus objetivos pessoais para além dos profissionais.
Competências Sociais
Empatia
Perceber as emoções e sentimentos nos outros, mesmo que sejam diferentes dos nossos e dando a cada um e o tempo que ele precisa, é possível contribuir para um clima positivo e saudável.
Para isso é necessário chegar a cada um como ele privilegia e estar atento, perceber a congruência entre a linguagem corporal e a verbal.
Relacionamento com os outros
Garantir comunicação clara e gestão eficaz de conflitos, tendo a capacidade de utilizar o conhecimento das nossas emoções e dos outros por forma a gerir interações de forma eficaz. Trata-se de fazer por conseguir o melhor de cada interação.
Trabalha-se esta competência sendo aberto e curioso, reconhecendo os sentimentos dos outros, recebendo e agradecendo feedback e acima de tudo não tendo receio de gerir conflitos.
Que a situação que atravessamos permita maior compreensão dos sentimentos e das expetativas de cada um e que o trabalho na nossa inteligência emocional ajude a gerir os conflitos, sejam estes com os clientes ou com os nossos colegas de equipa.
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