Acredito, mas baixar os ombros não faz parte da solução!
Deixe-me adivinhar, quando pensa na sua Equipa não é raro dar-se conta de estar a falar nestes termos para com os seus botões:
– Digo uma coisa dezenas de vezes e repito-a outras tantas e, ao fim de dois dias, está tudo na mesma;
– Empurram tudo uns para os outros;
– Deixam as pontas todas soltas;
– Têm uma visão muito limitada, não veem para além do que se lhes diz ou se lhes pede;
– Na dúvida, não pensam e vêm a correr perguntar;
– Darem sugestões e ideias… eu que as tenha!;
– Com menos dois ou três elementos fazia o mesmo;
– Não cruzam vendas porque não têm sorte;
– Andam iludidos à espera de aumento, não têm noção nenhuma do esforço que se faz;
– Se tivessem que pagar faturas e ordenados…
Reviu-se nestas situações? Então parece que os desafios não são muito distintos na realidade atual da Farmácia.
É certo que sabemos que o valor do mercado sofreu uma perda acumulada de 17,5% entre 2009 e 2011, que desde 2010 os genéricos viram o seu preço reduzido em 38%, que no fim de 2011 havia 795 farmácias com fornecimentos suspensos, que o modelo de margens regressivas em função do escalão do PVA está a gerar uma instabilidade tremenda, que se estima que a margem média das farmácias baixe de 20% para 17,5%, que, que, que…
Pare, não se deixe contagiar! 2012 começou assim e vai continuar assim…
O que está a fazer pela sua Farmácia? O que é que introduziu de novo, o que está a fazer de modo diferente? Sim, porque estes são os tempos… planear, agir e medir!
Planear… para fazer acontecer!
Sabemos que a postura de bombeiro de serviço já não é de todo sustentável. É preferível parar para rever aquilo que pretendemos, repensar como nos queremos posicionar / diferenciar e visualizar o que o sucesso vai permitir trazer de bom à empresa, à equipa, a nós próprios e à comunidade.
Para que este ano não seja mais do mesmo e o “tapa aqui para destapar acolá” habitual, desafio-a(o) a delinear um plano de marketing consistente, que lhe permita atingir as metas traçadas.
Se não acreditarmos e não tivermos um nível de confiança que nos permita ser congruentes nas nossas ações e nos exemplos que damos à equipa, jamais teremos a capacidade de envolver e inspirar os nossos colaboradores de forma adequada.
Que ações nos vão deixar mais perto de uma venda média de 24,00€, como vou crescer o peso do IVA 23 para 16%, que serviço inovador é que vou ter para rentabilizar o gabinete que ficou giríssimo, quando é que vamos fazer a tal reunião com as outras farmácias para iniciar as compras em grupo, o que vou dinamizar na Comunidade em que me insiro,… ?
Antecipar com três meses o que vamos fazer permite-nos envolver parceiros e contar com a sua ajuda, permite-nos alinhar a equipa e comunicar cada ação aos utentes de forma eficaz. Só esta disciplina torna possível que a agenda esteja cheia a cada consulta, a cada rastreio.
Agir… orientado a Resultados!
Sabemos que muitas vezes é mais fácil decidir o que não fazer, do que o que dinamizar… mas decidir é preciso, porque temos cada vez menos tempo para pôr o plano a rolar e fazer acontecer!
E é preciso desbravar novos caminhos, por mais que isso seja desconfortável para alguns de nós. Mas concordará comigo que à primeira custa, à segunda já nos desenrascamos mais ou menos e à terceira estamos craques, ou não é assim?
Negociar rastreios, mini-faciais, promotoras como contrapartida das compras; escalar montras, duratrans; tirar da gaveta o esboço da newsletter, dar vida ao Facebook, marcar presença no jornal da região; interagir na comunidade, conduzir workshops nas escolas, prever ações para grávidas; lançar novos serviços como a gestão da terapêutica e as entregas ao domicílio; promover aulas de ginástica, ioga do riso, tantas, tantas dinâmicas… tantas quantas as que vos funcionarem!
A partir do momento em que, para cada ação, se identifica uma data e um responsável, o cronograma ganha forma e o nível de compromisso eleva-se exponencialmente.
Na agenda de cada um as coisas acontecem, às vezes basta marcar a data…
Medir… porque o que é medido acontece
E, não menos importante, por cada ação, a cada campanha mensal, importa aferir como correu e apurar resultados.
O seguimento das ações permite-nos aferir os resultados reais face aos objetivos traçados. Haverá sempre iniciativas que será preferível abandonar, porque não estão a trazer os resultados adequados. Certo é que sem as lançarmos, jamais saberíamos se resultariam ou não. É determinante refletir sobre alguns bons resultados que deixaríamos de ter se não tivéssemos apostado na operacionalização de determinadas estratégias…
O que necessitamos é de ter sempre um conjunto de ideias, uma espécie de bateria de iniciativas em carteira para ir lançando, que nos permitam, de forma atempada, não nos desviarmos dos objetivos estipulados.
Comunicar os resultados, bons e menos bons, é essencial para manter a equipa alinhada e comprometida. Uma liderança assertiva, mesmo que para determinadas situações se tenha que adotar um estilo mais pressionador, e o investimento no coaching à equipa podem fazer toda a diferença a nível da atitude e da motivação dos nossos colaboradores. Para que os resultados cheguem, precisamos de estar todos a 120%…
Muitas vezes não se reflete sobre o custo de oportunidade de ter um elemento da equipa que não esteja no patamar de resultados esperado. Na sua Farmácia, de que modo é que cada colaborador está comprometido com os resultados?
E se há práticas de gestão que sabemos que são seguidas nas empresas mais produtivas, porque não temos nós ainda um modelo de avaliação de desempenho a funcionar? Cada pessoa tem que sentir que faz a diferença… da mesma maneira que não gostamos de premiar o quase, o não cumprir tem que ter consequência!
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