Gestão de talentos, Recrutamento 4.0, Employer branding, Multiplicidade geracional, Compensação e benefícios, entre tantas outras…
Damos-lhe as boas vindas ao carrocel de buzzwords que a Gestão de Pessoas hoje enfrenta nas nossas empresas! E na Farmácia não pode jamais ser diferente…
Parece que a Liderança continua a ser uma arte que tem que ser conquistada…
Será o líder adaptativo e facilitador aquele que maior probabilidade tem de ser bem-sucedido?
E como é que os mitos da Liderança convivem com esta nova realidade?
#1. O Líder não trabalha…
Então?!
Só se for no primeiro dia, até se refazer do susto que o desafio impõe…
Poderá efetivamente não trabalhar mais horas, mas terá seguramente que trabalhar melhor! E isso passa por gerir prioridades, por saber o que delegar, quando e em quem, por acompanhar Farmacêuticos e Técnicos e dar-lhes feedback sistemático, e por pensar o que de diferente importa trazer à Farmácia para reter e angariar Clientes.
E estou a lembrar-me de tantos Diretores Técnicos que devem estar a sorrir para este mito…
Muitos mudaram o seu percurso profissional, por vezes até oriundo da Indústria, para terem uma vida mais descansada num negócio próprio, mas que falácia tão grande!!
Não conheço nenhum líder bem-sucedido que não trabalhe… as ideias dão muito que pensar, comunicar eficazmente com a Equipa requer um investimento genuíno nas Pessoas, e operacionalizar o que é suposto dá tanto que fazer.
Não basta sonhar ou visualizar o objetivo… há que permanentemente construir a Equipa certa, numa altura em que recrutar parece ser tão fácil (pelas redes sociais e pelo próprio mercado que está a mexer como há muito não acontecia) e é, caricatamente, tão desafiante (porque falamos sobretudo de mileniais e estamos permanentemente a procurar encontrar uma agulha num palheiro). As equipas nunca estão prontas nem completas, as motivações não permanecem sempre TOP e as competências têm sistematicamente que evoluir.
É que os talentos são essenciais se queremos ser uma Farmácia de referência e ousamos redefinir objetivos mais ambiciosos a cada patamar atingido…
O líder trabalha, e muito, e deverá fazê-lo para além do plano operacional; quando não o faz, estará a comprometer o futuro!
Como afirmou Colin Powel, “Não há segredos para o sucesso. Este resulta de preparação, trabalho árduo e aprender com os erros que cometemos.”
#2. O Líder tem as respostas todas
Era bom! Ou talvez não…
Não há Gestor nem Diretor Técnico que não falhe ou que não saiba reconhecer melhores competências nos outros, nem que ache que chega mais longe sozinho… os bons líderes conhecem claramente as suas lacunas e limitações e fazem por melhorá-las.
Vivemos um período com uma multiplicidade geracional inquestionável, em que tudo é conhecimento e em que as respostas parecem estar em todo o lado, em que é impossível acomodar-se, não evoluir e não aprender. O Diretor Técnico ou Gestor não pode exigir transformação e mudança à Equipa se não for o primeiro a ser flexível e a ter capacidade de se adaptar.
É óbvio que não vamos dizer que o líder não precisa de ter respostas…
Mas nenhum líder de mão cheia pretende ter uma equipa só de seguidores para o escutar!
Um líder quer criar novos líderes, está determinado a fazer crescer a sua Equipa, nomeadamente o perfil de Farmacêutico Adjunto / Substituto.
Inspirará muito mais se escutar e questionar, se proporcionar Coaching, e mostrará melhor o caminho se tiver a capacidade de ajudar a encontrar as respostas!
#3. O Líder nasce
Claro que não!
Parece que não há nenhum par de cromossomas que dite a carga genética da Liderança…
Naturalmente que há muitas pessoas a quem reconhecemos competências fortes de Liderança, da humildade à visão de negócio, da capacidade de comunicação à apetência para a “negociação” com os seus colaboradores, da sensatez ao carisma, da resiliência à paixão pelas Pessoas.
Mas não existem duas Equipas ou dois contextos iguais… e as estratégias que são eficazes num momento ou com um grupo de trabalho, quando sistematicamente repetidas, podem não o ser noutro!
Efetivamente, um líder faz-se! Faz-se de objetivos e de experimentar novas estratégias, faz-se de erros e de aprendizagens, faz-se de acreditar nas pessoas e investir nelas, faz-se de correr bem e menos bem, faz-se de gargalhadas e de angústias, como qualquer outro desafio.
É que a Direção Técnica não tem certificado de garantia! Podemos fazer tudo certo e ainda assim correr mal… porque falamos de gerir a motivação dos outros e de influenciar as suas atitudes.
Uma coisa é certa, não há boas equipas sem uma liderança eficaz, e quem está à frente da Farmácia deve fazer um esforço diário por tornar-se no melhor líder que a sua equipa poderia ter.
Mitos à parte, haverá missão mais desafiante?!
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