Finalmente chegaram uns dias de verdadeiro calor que nos fizeram sentir que o Verão está à porta… Numa altura em que todos estão mortinhos por ir de férias, em que os nossos utentes também parece que já foram e em que não estamos a receber ninguém… quase que dava vontade de desligar! Mas não o faça ainda.
É verdade que alguns estarão a trabalhar em dobro para substituir outros colegas, mas não será sempre assim durante todo o dia…
O que nos impede de aproveitar as alturas de menor pico de atendimentos para parar, avaliar e antecipar o que queremos fazer no período pós-férias?! Já pensou na diferença que isso pode fazer em termos de compromisso, alinhamento e foco, lá para finais de Setembro, quando todos maioritariamente estiverem de volta?
Vamos tirar os limites ao quadrado?
Nunca achamos suficientemente urgente roubar uma manhã ou uma tarde que seja para fugir do dia-a-dia e pensar fora do quadrado, por mais que saibamos que repensar a estratégia é absolutamente fundamental. E se deixássemos que esse momento chegasse um dia destes?
É chegada a hora de pensar sobre o que está a correr bem e menos bem, de constatar as nossas debilidades e de pensar que oportunidades andamos a desperdiçar. Ter melhores resultados continua a ser possível, mas é um desafio ao alcance dos que se souberem preparar melhor… Mesmo que não queira revisitar a análise SWOT com os quatro quadrantes, arranje post-its gigantes, cartões coloridos, marcadores e, acima de tudo, se conseguir, torne o processo participado, descontraído e criativo ao envolver um ou outro elemento-chave da equipa. Deixe fluir as ideias, para que surjam conclusões ou novas ideias em torno: – do que a sua Farmácia faz bem e das áreas de diferenciação; – das situações ou processos na origem de baixa produtividade e resultados insuficientes, pouca diferenciação, descontentamento dos colaboradores ou até insatisfação dos utentes (ex.: tempo de espera, horários, disponibilidade de produtos, conferência de receituário, validades, etc.); – dos factores que podem vir a ter um impacto negativo no sucesso ou no crescimento do negócio, internos ou externos; – das áreas de potencial expansão, nomeadamente revisitar quais os produtos/marcas de aposta (MNSRM, Dermofarmácia e Genéricos) e os serviços que queremos ter (e preferencialmente que mais ninguém por perto tenha…).
Esbater os limites do quadrado neste tipo de processos tem uma regra fundamental: nada de cair na tentação de ajuizar sobre as suas ideias e as dos seus colegas enquanto elas estão a surgir!
Já pensou quantas soluções de negócio existem hoje nas empresas que constituem um sucesso absoluto e que simplesmente resultaram da ideia de alguém? Se tivessem sido travadas por parecerem impossíveis, o que teríamos feito ao futuro de muitas Organizações em Portugal? Na Farmácia não tem que ser diferente…
É claro que enquanto Director Técnico ou Proprietário poderia obviar esta etapa e delinear tudo sozinho… É verdade que seria mais rápido, mas creio que todos nós já nos teremos dado conta de que não seria, de todo, igualmente rico e eficaz. Em termos motivacionais e de responsabilização fará seguramente toda a diferença!
Baralhar, partir e dar de novo…
Findo o processo criativo, temos que retirar “a varinha de condão” e começar a concretizar, a qualificar as ideias que têm “pernas para andar” no imediato, para podermos definir como vamos fazer acontecer o que identificámos como mais relevante / prioritário.
E não há problema nenhum em deixar algumas ideias na manga para daqui a uns tempos, por mais ousadas ou disparatadas que agora nos pareçam, nunca se sabe se ainda vamos precisar delas… Quantas e quantas vezes já temos chamado ao Plano de Marketing de Farmácias que apoiamos ideias que tinham surgido em reuniões de equipa de semestres anteriores…
No fundo, realinhar a estratégia permite-nos responder a questões tão simples como: “Para onde vamos?”, “O que vamos deixar de fazer”, “O que vamos passar a fazer?”, “Por onde vamos começar?”, “Quando e quem vamos envolver?”, reflectindo tudo isto no Plano de Acção 2013/2014.
Na preparação do Plano, para além das iniciativas a desenvolver, responsáveis e datas, não se esqueça de considerar os recursos e sistemas que permitam assegurar que o planeamento e as mudanças desejadas acontecem efectivamente – apoio requerido dos parceiros de aposta / fornecedores nas diversas acções, formação técnica e de vendas, coaching, ou outros meios técnicos.
Tudo a postos para fazer acontecer?
Agora sim, com o futuro desenhado e a casa arrumada, já podemos pensar nas férias de consciência tranquila… sabemos que iremos carregar baterias para fazer acontecer tudo o que deixármos já preparado!
Os benefícios que colherá deste processo vão depender essencialmente do investimento que fizer na comunicação dos objectivos e do plano, garantindo assim que toda a Equipa conhece qual o respectivo envolvimento esperado no que está definido.
Outro aspecto crítico tem a ver com o seguimento de todo o processo, com a análise dos resultados (medir é imprescindível), com o perceber do que falhou, com dar feedback individual a cada colaborador, com o afinar do tiro se este afinal não tiver sido certeiro, e com o reconhecer e partilhar do que corre bem. Em alturas em que os sucessos nos parecem mais escassos, torna-se mais importante celebrar cada um, por mais pequeno que a si lhe pareça…
Sabemos que muitas Farmácias falham no fazer acontecer. Muitas delas têm excelentes ideias, fazem um Plano bem estruturado, mas depois não lhe dão vida… E não é por falta de competências ou de recursos. É porque mergulham na rotina do atendimento, do produto esgotado ou rateado, do atendimento de delegados, … e nunca chega a haver tempo para fazer o que nos leva mais longe.
Faça um grande favor à sua Farmácia… a ferramenta que criaram é preciosa, fazê-la acontecer é uma questão de disciplina, de compromisso e de partilha! Vamos a isto?!
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