De Farmacêutico para Farmacêutico
Acreditamos que a imagem da farmácia, a otimização de lineares e rentabilização do espaço, não têm sido prioridade nos últimos tempos.
Passado quase um ano de pandemia, já se consegue ver a luz ao fundo do túnel. A vacinação está a decorrer e cada vez mais pessoas estão imunizadas. Acreditamos que não faltará muito para vermos as pessoas a voltarem a alguns dos antigos hábitos, como o de se dirigirem aos lineares e pegarem nos produtos.
Até lá, teremos de manter os cuidados que já todos conhecemos. Nunca esquecendo a sensação de segurança que os utentes necessitam (desinfeção/limpeza frequente e álcool gel em vários pontos da farmácia).
Entretanto há mudanças que já pode e deve fazer, pensando nos lineares como fonte de rendimento.
Implementar Gestão de Categorias
A Gestão de Categorias é uma técnica de Merchandising, que consiste em definir categorias de produtos conforme a necessidade do cliente e gestão das mesmas como se fossem unidades estratégicas de negócio. Tem de haver um ajuste a cada realidade, tornando este processo exequível, prático e bastante rentável.
A primeira fase de uma correta implementação de Gestão de Categorias será sempre perceber quem são os seus clientes e o seu perfil de consumo. São informações que pode retirar do seu programa informático, se este estiver a ser utilizado adequadamente.
A segunda etapa será a análise do portefólio. Que produtos tem, quais fazem sentido adquirir e quais são aqueles de que deve desistir.
A urgência de analisar a sua farmácia e aplicar esta técnica baseia-se nas enormes vantagens da sua utilização. A Gestão de Categorias melhora a rentabilidade do espaço, uma vez que a organização é feita tendo por base a procura e a rentabilidade dos produtos. Relativamente ao utente, potencia a compra por impulso, melhora a organização e imagem da farmácia e facilita as compras self-service.
Os resultados da implementação da Gestão de Categorias são rapidamente visíveis.
Organizar o espaço
Um dos significados da palavra organização é ”sistema ou ordenação que facilita a utilização proveitosa e eficiente de algo”. Nada mais adequado. O que queremos com a organização do espaço da farmácia é facilitar a sua utilização de forma proveitosa e eficiente.
Quando organizamos as categorias, não podemos esquecer que devem estar perfeitamente identificadas e de forma percetível para os utentes. Um erro comum a evitar é ter produtos da mesma categoria em zonas diferentes da farmácia.
Certamente que tem utentes que gostam de ir diretamente ao linear e pegar nos produtos que já tinham pensado comprar. Que gostam de ver e de ter independência, sem ter de pedir ajuda. Isto só será possível se o espaço da sua farmácia estiver organizado e percetível aos olhos do utente.
Melhorar a imagem
“Arrumar” a sua farmácia de forma a ter uma melhor imagem vai ser a etapa mais visível para os utentes. Esta pode parecer a fase mais fácil do processo, mas é aquela em que muitas vezes notamos mais falhas. É importante manter uma imagem clean e cuidada. Uma das coisas que irá ficar no pós pandemia, será a necessidade de sensação de espaço limpo e desinfetado.
A comunicação deve ser simples, evitando a exposição confusa, publicidade e cartazes em demasia. O excesso de decoração pode também trazer alguma confusão ao espaço.
Queremos chamar a atenção do cliente para o que realmente nos interessa, sem haver demasiadas distrações. A exposição vende e fala por si! Aproveite para agrupar e expor as categorias relacionadas entre si de uma forma complementar, que facilite a compra e a venda por impulso.
Rentabilizar o espaço
A Otimização de Lineares garante que os produtos mais rentáveis sejam expostos nos locais corretos.
Um dos princípios da rentabilização do espaço é expormos os produtos mais rentáveis em áreas mais quentes, produtos dos quais pretendemos maior rotatividade (e não confundir rentabilidade com preço). Deve ter a ideia quais são as marcas que libertam maior margem e as que têm mais rotatividade. Assim consegue dispor as marcas por uma ordem mais rentável.
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, os produtos que já estão vendidos por si só e que são os que mais vendem devem estar expostos em locais privilegiados.
O espaço a atribuir a cada categoria deve ser planeado em função da quota de mercado, da rotação, da rentabilidade e da sazonalidade dos produtos. A gestão das zonas quentes e zonas frias deve ser tida em conta no momento da atribuição do espaço que atribui a cada categoria e produto.
Investir no bem-estar dos utentes
É muito importante causar uma boa experiência ao utente, sendo o ambiente da farmácia um dos fatores fundamentais.
Segundo Baker, um estudioso de referência na área do marketing, existe um conjunto de fatores que integram o ambiente de “loja” e que influenciam o bem-estar do utente e, como consequência, a sua predisposição para a compra. Podem ser fatores ambientais, fatores de design e fatores sociais. Quando fala em fatores ambientais, fala da qualidade ar, da temperatura, do aroma, da iluminação, da música ou dos ruídos. Podemos controlar a maioria destes fatores, influenciando o bem-estar do utente e o tempo de permanência na farmácia.
A implementação de um Programa de Gestão de Categorias é um marco na vida da sua Farmácia. Faça-o de forma concertada e com apoio de especialistas.
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