Investir é comunicar, envolver, motivar, escutar, delegar, formar, acreditar, responsabilizar, reconhecer… Investir na Equipa é hoje, mais do que nunca, um exercício diário!
Motivar e Comunicar
Muito recentemente comentavam comigo que “estar desmotivado era muito mais simples, dava-nos a possibilidade de baixar os braços, de não ter muito que fazer, de não ter pressão, de não nos desgastarmos tanto e que facilmente se encontrava companhia…”
Pois, e onde é que este marasmo nos leva? Parece que está provado que não nos traz qualquer tipo de resultado, certo?! Numa altura em que tanto se fala de motivação, ou da falta dela, o que está ao nosso alcance fazer para motivar as nossas Equipas?
É interessante, porque, de acordo com a maior parte dos benchmarkings, quando questionamos os colaboradores sobre o que mais gostam ou valorizam na Empresa onde trabalham, encontramos maioritariamente as seguintes respostas: fazer o que gosto, liderança, visão de futuro, desenvolvimento profissional, sentido de pertença, reconhecimento, autonomia, relacionamento inter-pessoal, comunicação, condições de trabalho, salário e benefícios, formação.
Perante estes factores, estamos naturalmente a falar de motivação intrínseca, dos motivos que condicionam e impactam na acção de cada um. Longe vai o tempo em que se entendia que a motivação da equipa era da inteira responsabilidade do líder. Cada vez mais, cada pessoa é responsável pela sua auto-motivação, por saber o que determina a sua conduta e actuação na organização a ponto de poder estar a 120%… Claro que o contexto ajuda, mas está longe de ser tudo!
Sabe o que motiva cada um dos seus colaboradores? Conhece cada um ao ponto de perceber o que o move, o que o leva a agir de determinada maneira? Entender e valorizar os factores de motivação intrínseca são aspectos fundamentais para conseguirmos pessoas motivadas e comprometidas no trabalho, de forma sustentada e permanente.
Implementar ou não implementar um sistema de Avaliação de Desempenho é um dilema que muitas Farmácias têm vindo a partilhar connosco. Fazê-lo por categoria profissional, diferenciado por Farmacêuticos e Técnicos, correr o risco de ao estabelecer objectivos individuais dividir a equipa e cada um começar a olhar para o seu umbigo, fazer bem de início, mas acabar por deixar cair como aconteceu com outros temas no passado, e tantas, tantas outras questões…
Comecemos pelo princípio! Para que é que a nossa Empresa / Farmácia precisa de um sistema de Avaliação de Desempenho? O que queremos controlar, melhorar e corrigir com esse processo? É que só para controlar ou “encher” já temos processos a mais…
Quais são os pequenos ganhos de que a Farmácia precisa, em termos individuais e de grupo? O que nos impede de estabelecer Indicadores de Equipa e Individuais, alinhados com a função de cada um?
Prever uma avaliação trimestral garante que encontraremos quatro momentos no ano para nos sentarmos individualmente com cada colaborador, orientarmos construtivamente o que deve ser melhorado e reconhecermos o bom trabalho pelo que foi atingido. É verdade que estamos todos os dias juntos, mas se calhar estamos o ano inteiro sem dar feedback…
Não raras vezes me dizem “agora motivar está difícil porque não há dinheiro para dar…”. E não dá para motivar porquê? Pode não dar para premiar como dava dantes, mas pode dar para mimar se formos mais criativos. Além disso, nem todos se movem pela cenoura…
Por muito que todos se dediquem ou esforcem, nem todos contribuirão igualmente para os resultados. Quem mais retorno trouxer à Farmácia deverá ser reconhecido e distinguido por isso, para ter uma vontade indiscutível de permanecer nesse registo. Ou não precisa de mais e melhores resultados?!
Uma coisa é certa, não envolver, não comunicar e não escutar cria distância, inibe o diálogo, permite as famosas conversas de corredor e, seguramente, não motiva ninguém!
Responsabilizar e Formar para Crescer
Costuma dizer-se que as equipas crescem à medida dos desafios que lhes são lançados. Às vezes não crescem mais porque não acreditamos, porque não desafiamos o suficiente, porque não delegamos e não investimos o tempo necessário para colher o retorno adequado.
Mas para podermos delegar temos que estar seguros de que existem as competências motivacionais e técnicas do colaborador para assumir a nova função, a nova tarefa ou aquele projecto específico.
Falámos até agora de competências motivacionais, mas e quanto a promover as competências técnicas?
Quantas vezes pensamos se é preferível continuar a ter um excelente Farmacêutico ou arriscarmo-nos a ter um Substituto / Adjunto mediano? As competências relacionais, de comunicação, de saber negociar com os fornecedores, conhecer os indicadores do negócio, saber comunicar e liderar a Equipa vêm com o tempo, com a experiência. Mas vêm também com a aprendizagem, com a formação e preparação para o efeito. Excelentes profissionais na Farmácia não são necessariamente excelentes gestores ou líderes se não forem preparados para tal.
E toda a Equipa em geral necessita de evoluir, de ajustar a sua postura em função das novas realidades do mercado, de perceber melhor o todo para optimizar a sua parte, o seu contributo.
A Empresa só crescerá se cada elemento crescer individualmente. O líder só crescerá se estiver genuinamente preocupado com o crescimento da Equipa. E não constituirá um factor motivacional indiscutível para o líder reconhecer o crescimento e a maturidade da Equipa que gere?
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