Será que a Sociedade está a pôr de parte a Inteligência Emocional? Porque se torna cada vez mais desafiante a comunicação multigeracional? E como convive tudo isto no mercado de trabalho, quando nas empresas temos eventualmente 4 gerações a trabalhar em simultâneo?
Facto é que nos preocupamos porque as gerações mais novas (e não só!) ganham uma dependência crescente dos meios tecnológicos, ficam horas a fio agarradas aos telemóveis e aos tablets, procuram constantemente os mais recentes wearables, estão permanentemente conectados nas mais diversas redes sociais, em detrimento da comunicação verbal e do diálogo, seja em casa, com a família ou com os amigos.
E lá na Farmácia, será que a nossa Equipa já se deixou contagiar?
“High Tech” ou “High Touch”?
Por um lado, apostamos pela tecnologia, para agilizar processos internos, para tornar o processo de atendimento mais célere e eficaz, para inovar e comunicar melhor e sistematicamente com os Clientes. E mudamos a uma velocidade vertiginosa…
Por outro lado, sabemos que queremos exceder expectativas, colocar as nossas prioridades na prestação de um serviço inspirador e exigimos mais das nossas pessoas, afinal de contas têm mais condições tecnológicas para responderem melhor e trazerem mais resultados.
É verdade que nos tornámos high tech para satisfazer o cliente. Não é menos verdade que é impensável ter clientes satisfeitos se o cliente interno não estiver satisfeito…
E pensar que os nossos colaboradores têm hoje todas as ferramentas para empreender e exercer a sua atividade – computadores potentes, intranet, ferramentas de email e de chat para comunicar objetivos e partilhar a informação, sistematizar trabalho, lembrar o que não está feito…
Neste sentido, parece que temos motivos de sobra para nos orgulharmos da nossa cultura digital!
Mas se os resultados da Farmácia não aparecem, pelo menos os que queríamos ou precisávamos que surgissem, e se as pessoas andam desmotivadas, será que estamos a privilegiar a otimização do tempo e dos recursos em detrimento do relacionamento, dos laços de confiança e das emoções?
Então, onde está a começar e a acabar a nossa cultura digital?
É extremamente positivo o salto tecnológico que demos, mas isso não nos abre caminho para prescindir do elemento humano, que continua a ser o fator diferenciador das Organizações.
Não é menos verdade que hoje as empresas, nomeadamente as Farmácias, se querem também high touch, em benefício de uma cultura interna muito forte, onde prevalecem os valores e em que se aposta na comunicação, no relacionamento e na inteligência emocional.
Melhorar a inteligência emocional…
Se o melhor ativo das empresas continua a ser as pessoas, então é importante que cada colaborador da Farmácia se conheça a si próprio e se desdobre para chegar aos outros, desenvolvendo competências pessoais e sociais, tais como:
– Autoconhecimento – conhecer os nossos princípios e valores; identificar o que está a sentir e porquê; perceber como as emoções condicionam as nossas ações; estabelecer a ligação entre os seus sentimentos e aquilo que pensa, diz ou faz
– Autocontrolo – perceber como lidamos com a pressão; transformar impulsos destrutivos em energia positiva e dar as respostas adequadas em situações de pico emocional mantendo o foco, pensando e agindo com clareza
– Empatia – compreender e apreciar o ponto de vista, as necessidades e os sentimentos dos outros, respeitando ritmos e chegando a eles como eles apreciam
– Relacionamento – ser aceite pelos outros, ter mente aberta e revelar uma preocupação genuína, contribuir para um clima positivo e saudável, induzindo respostas favoráveis
– Influência – persuadir, guiar e inspirar os outros, obtendo o compromisso para a ação; ser capaz de entusiasmar as pessoas e ajudá-las a encontrar o seu rumo
Comportamento gera comportamento, pelo que a consciencialização das emoções é fundamental na melhoria do relacionamento interpessoal.
Para ajudarmos a desenvolver o potencial de cada um, só podemos levar aos outros o melhor de nós!
E se é Diretor Técnico ou Gestor, o que é que a Equipa espera de si?
Líder generalista ou especialista?
Líder especialista, sim, mas em Pessoas!
Mais do que estar por dentro de tudo e perceber a fundo todas as situações que acontecem na Farmácia, importa desenvolver uma liderança orientada às Pessoas, e isso passa por explicar o propósito, partilhar as opções e as linhas mestras do caminho a percorrer, comunicar o objetivo das tarefas, ouvir e compreender as necessidades.
Tudo isto ajuda a clarificar o caminho, reduz o receio das mudanças constantes que vivemos e é determinante para ganhar o compromisso da Equipa.
Há que ser chefe quando é preciso pressionar ou ajudar a estruturar o trabalho. Há que ajudar a encontrar as respostas e ser o Coach que a equipa precisa quando queremos melhorar o potencial. E há que delegar, por mais difícil que seja, quando a maturidade o permite!
Afinal de contas, a liderança é como olhar no espelho. Se quisermos saber se estamos a ser bem-sucedidos, tudo o que temos de fazer é olhar para a equipa. Ela reflete a nossa paixão, o nosso compromisso e o nosso carácter…
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