O que é que vende na sua Farmácia?
Medicamentos, genéricos, OTCs, dermocosmética, testes bioquímicos, produtos dietéticos, produtos naturais? Ou vende alegrias, sonhos, experiências, prevenção, bem-estar e novas emoções aos seus clientes?
Vendemos porque temos excelentes produtos e serviços que precisamos de vender ou vendemos porque o Utente A precisa disto ou o Utente B se vai sentir melhor com aquilo?
E quando não vendemos nós, porque vende a Farmácia da frente ou do lado que tem os mesmos produtos?
O Rapport
Tal como choques e pisadelas não são desejáveis numa dança a dois, sabemos todos que “beliscar” o cliente na sua forma de pensar, estar, comunicar ou decidir também não nos leva muito longe.
O utente precisa que lhe vendam como ele gosta de comprar, caso contrário acabaremos por lhe impingir qualquer coisa. Mas, para isso, é necessário aplicarmos as nossas competências relacionais no processo de criação de empatia ao ponto de replicarmos comportamentos e atitudes.
E há imensas técnicas e ferramentas de que podemos tirar partido para, de forma quase imediata, fazermos o nosso cliente sentir que… somos iguais a ele(a). Afinal de contas, é também isso que nos faz sentir bem quando somos nós os compradores.
Agora, há que estar disposto a ser empático, a sair da nossa zona de conforto e funcionar no registo do outro, a dar-lhe o tempo e a ajuda que ele precisa (nem mais, nem menos).
E somos tão eficazes quando começamos com um sorriso bem genuíno… Haverá alguém que não aprecie chegar a um sítio onde encontre pessoas bem dispostas, em que se respire um ambiente positivo e estejam disponíveis para nos escutar?
A Emoção
A nossa barriga é fantástica. Aquelas terminações nervosas à boca do estômago dizem-nos tudo… mas às vezes dão-nos voltas a mais.
Só nós temos aqueles utentes que são os verdadeiros “cromos”, que nos perseguem, que vão lá várias vezes ao dia, que intencionalmente esperam por nós o tempo que for preciso e que quase nos dão vontade de fugir. Sim, porque os nossos colegas não devem ter desses…
Parece que rezamos para que não entrem porta dentro, com voz alterada e a reclamar não sabemos do quê. Quanto mais preparados estivermos para lidar com eles, menos as nossas pernas vão tremer. Este medo é um contra censo absoluto, ou não acha?
De quem é o comando? Vamos, diga, é MEU.
Ter mais sucesso só depende de si, do foco, do alinhamento com os objetivos, de todos os “não consigo”, “nunca vendi”, “não tenho jeito”, “não tenho sorte” e “não sei” que souber lançar para trás das costas. Ninguém vai vender por si, temos que usar a nosso favor o que nos ajuda e não o que nos puxa para trás. Não vender já sabemos onde nos leva…
E se vendermos, se vendermos mais do que o colega do lado, se saudavelmente formos quem vende mais na equipa? Como é que isso nos realiza, em que medida é que melhora a nossa vida e o que podemos proporcionar a nós próprios ou às nossas famílias? E o que nos impede de antecipar e visualizar tudo isso durante o processo de venda?
E sabe qual é a melhor altura para fazer uma boa venda? Depois de um nebulizador, de uma almofada, de um jarro, daqueles coffrets de cremes… É verdade, logo a seguir a uma venda anterior de valor interessante, aproveitando esse pico mágico de emoção: o “yes” de cada um, aqueles segundos em que sentimos que estamos focados nos objetivos e que conseguimos tudo!
E uma boa venda é?
Nos dias de hoje… eles comprarem ou eles comprarem o que nós queremos vender?
Não sabemos o que faz de uma venda uma boa venda enquanto não nos disserem ou enquanto não perguntarmos… Cada elemento da equipa tem que ter a noção clara do que é esperado dele, de qual é o valor médio de venda objetivo a perseguir, de quais os produtos ou serviços estratégicos e de maior rentabilidade que pretendemos vender.
“Pois, mas o cliente não…” – Páre com isso!
A nossa missão na venda é perceber as necessidades do utente e, pela escuta ativa e por um conjunto de boas perguntas, ir obtendo as respostas que nos permitam construir conjuntamente a solução que melhor se adequa às suas necessidades.
Se não investirmos neste processo, temos apenas a necessidade inicial… Cada cliente conta, ou tem utentes a mais? Então, venda a venda, há que alargar o espectro de necessidades dos nossos clientes.
E uma venda é tão boa quanto, ultrapassado o valor de venda média, estivermos a trabalhar para a(s) venda(s) seguintes…
Se o preço do medicamento baixou e se nós precisamos dos resultados de 2010 (diria eu…), ou trazemos mais pessoas à Farmácia ou, num pressuposto de que o número de atendimentos se mantém, alavancamos no IVA 23, nos OTCs, nas Consultas e nos Serviços.
Se está a ficar difícil fazer face à estrutura de custos fixos e se precisamos de mais tesouraria, não nos podemos permitir continuar a não explorar as alternativas que possam estar ao nosso alcance para comprar melhor, prescindir de negociar ou de solicitar contrapartidas para ações a dinamizar na Farmácia ou na Comunidade.
Ou não concorda?
Só estando melhor preparados é que podemos ir mais longe, fazer melhor, agir de forma diferenciadora… e, sim, acreditar que os Resultados vão chegar!
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