E quando foi a última vez que esteve num enquadramento sem crise? Consegue recordar-se? Infelizmente eu não consigo!
Sempre existiram crises, problemas financeiros, troikas e companhias a desafiarem a economia e a sociedade. A frase “apertar o cinto” não é recente e como tal vamos construindo resiliência e formas de conseguir superar as adversidades.
Estes últimos dois anos foram um exemplo brutal da capacidade de nos adaptarmos aos diferentes contextos desafiantes que surgem e a conseguir dar resposta a um sem número de situações. Para além da pandemia, guerra, subida de preços generalizada, dificuldades económicas entre outras, vieram abalar todas as estruturas independentemente da dimensão.
O foco é conseguir equipas preparadas para conseguir ultrapassar estes desafios.
Motivação
Fundamental para que a equipa esteja focada, mas o responsável da equipa tem também de estar no mesmo comprimento de onda.
A motivação intrínseca vem de se sentir realizado, pessoal e profissionalmente e é difícil “passar” a quem quer que seja. A motivação extrínseca pode ser dada por qualquer elemento, desde uma palavra de apreço a um convite para uma ação especial ou festejar os aniversários da equipa.
Cada elemento da equipa motiva-se de forma diferente e como tal, cabe ao líder perceber como consegue chegar a cada um.
É importante que todos os colaboradores sintam que as suas competências estão de facto a ser aproveitadas, que sentem que os seus talentos estão à disposição dos outros, que existe um propósito para tudo o que fazem e acima de tudo que têm autonomia. Não é delegar abdicando, mas sim em confiança, sentindo o ónus da decisão.
Como vejo em muitas equipas, 100% de liberdade com 100% de responsabilidade.
Liderança
Para isso acontecer a liderança tem de ser forte. Sabemos que não dá para agradar a todos e tentar fazer isso é impossível. Já alguém uma vez disse, “se queres agradar a todos não vás para líder, vai vender gelados”.
As chefias têm de estar atentas e procurar assegurar que todos se sentem valorizados. Para tal é importante implementar um conjunto de sistemas e procedimentos.
Criar sistemas de avaliação de desempenho, criar desafios positivos na equipa, momentos de descontração e de relaxe, perceber os desafios de cada um e ambições em termos de carreira, celebrar os aniversários de cada elemento e da farmácia, entre outras.
Existe algo que chamamos a remuneração criativa e quando implementada, ajuda a cimentar as relações entre as equipas e a manter os talentos na equipa.
Para além da remuneração criativa, é importante perceber o perfil de cada colaborador e aplicar conceitos de liderança situacional, orientado à tarefa ou à relação consoante existe ou não problemas nas competências ou na motivação.
Caso sejam identificados problemas de competências é importante garantir formação alinhada às mesmas.
Conhecimento dos números
Para podermos estar mais resilientes face à adversidade é imperativo ter noções muito robustas de contabilidade. Se ainda não as tem, tem sempre o enorme apoio do gabinete de contabilidade.
Conhecer os dados da farmácia a fundo é importante, valores de margem limpa, percentagem de custos com pessoal, liquidez financeira, breakeven entre outras.
Para além dos dados que conseguimos extrair dos vários softwares existentes em farmácia, precisamos de ir um pouco mais além com conhecimento de dados contabilísticos. Dessa forma estará mais bem preparado para os desafios que podem surgir.
Por isso, as crises vão continuar com maior ou pior dimensão e quanto mais bem preparada estiver a sua equipa melhor.
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