Muitos líderes adoravam ter uma montanha russa, quando se sentem no carrossel. Mas, contrariamente ao que se diz, quando mencionamos um carrossel, é porque de facto a vida nas farmácias é muitas vezes um verdadeiro carrossel. Não só andam de cima para baixo, como não vão a lado nenhum e continuam a passar em círculos pelo mesmo lugar.
Quer uma prova de que isto acontece?
Quantas vezes prometeu a si mesmo ser este o último ano em que não fazia uma avaliação de performance à equipa?
Quantos meses já passaram desde que as últimas metas pessoais e profissionais que estabeleceu para si ficaram esquecidas na gaveta?
Sente que está constantemente às voltas com a sua equipa, sem saber castigar ou sem saber recompensar e todos os dias se aborrece com as mesmas coisas?
Se a resposta a qualquer uma destas questões foi um SIM, então pare o carrossel e saia!
A vida nas farmácias não tem de ser assim, nem pode ser assim. Mas a montanha russa não será, no entanto, o destino mais simpático. Não andamos para cima e para baixo no mesmo sítio, mas as subidas e descidas abruptas são perigosas, e no final paramos sempre no sítio onde entrámos.
Evitar as dificuldades é impossível. No contexto actual, as farmácias têm sido muito martirizadas e enfrentam dificuldades nunca antes sentidas. Por isso há que jogar na antecipação e perceber, sem pânico, como tornar esta viagem mais calma.
Mas então, como escolher a viagem?
Quem já praticou rafting poderá entender na perfeição a analogia, mas a quem nunca praticou deixo algumas considerações importantes:
- O ponto de partida e chegada são diferentes, sendo que normalmente a partida é suave e podemos chegar a uma meta localizada mais à frente e num local mais amplo, maior;
- Cada barco leva uma equipa, todos posicionados à direita e esquerda consoante o “jeito”, e o timoneiro pode ir à frente ou atrás do barco. Não importa a constituição física ou força de cada um, basta empenho;
- A viagem terá percursos mais sinuosos e algumas quedas de água mais rápidas, mas a adrenalina até revigora o espírito e torna a viagem mais fantástica;
- Um dos pontos fundamentais é comunicação. Do líder do barco para toda a equipa e desta para o líder. As ordens têm de ser cumpridas, mesmo no receio de que o barco vire ou fique preso. Tem de haver, por isso, uma confiança absoluta nas ordens que são dadas, pois só assim a equipa aceita cumpri-las;
- Existem regras a cumprir e do seu cumprimento depende inclusivamente a sobrevivência. O cuidado quando se cai em águas bravas é fundamental para assegurar que tudo corre bem, mesmo em caso de perigo. Manter a calma, a posição e a protecção da cabeça são factores fundamentais e mesmo numa situação perigosa, a calma tem de imperar;
- Já reparou que a força com que rema não o faz chegar mais longe? Fazer andar o barco correctamente depende apenas da sincronização das pagaias e não da força com que são empurradas. Se todas estiverem a entrar na água ao mesmo ritmo, o barco avança de forma ritmada e sem problemas… mesmo em águas bravas!
Por isso há viagens que podem ser tão interessantes como estas, sem ser com altos e baixos vertiginosos e agoniantes, e sem ser em rotativo, com toda a monotonia que isso traz.
Crie uma equipa preparada para pensar o futuro na farmácia e construa um conjunto de procedimentos e regras a seguir para que todos saibam para onde vão.
Mantenha uma tabela de metas e objectivos, e se não puder ser de venda de MSRM e MNSRM, construa de todas as outras famílias de produtos, com IVA a 23% e que lhe poderão trazer imensa rentabilidade.
Envolva toda a equipa sob uma voz de comando, não na base do “grito”, mas na base do envolvimento, responsabilização e inclusão a 100% de todos.
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