De Farmacêutico para Farmacêutico
Como aceitamos os desafios que nos propõe, e também gostamos de reflectir um pouco, este artigo vem em “resposta” a um desafio que nos foi lançado numa mensagem:
“Pensar em qual a importância da concorrência entre farmácias. Será isso bom para os utentes e para as farmácias?”
Já parou para pensar verdadeiramente nisto? Sabemos que a resposta que vem por impulso é que a concorrência é má, que nos tira negócio e muitas vezes até nos assusta.
Mas será assim???
Bem, se nos colocarmos no papel de utentes e de consumidores, achamos que a concorrência é boa. Os preços baixam e a qualidade do serviço aumenta. Mas quando somos nós os detentores do negócio… a coisa muda de figura.
Mas analisemos….
Qualidade no Atendimento
Fazemos muitas vezes a seguinte pergunta: o que fará o utente ir à sua farmácia e não a outra? É certo que os produtos vão sendo mais ou menos iguais, então o que fará a diferença? Na maioria dos casos a resposta é: são os profissionais que estão ao balcão e a forma como prestam os serviços.
Foi a concorrência que nos fez evoluir. Certamente que agora temos mais preocupação em que o utente saia satisfeito da farmácia e com vontade de voltar. É por existir concorrência que cada vez mais nos preocupamos em perceber as necessidades do utente, em saber ouvir e comunicar. São novas capacidades e áreas que desenvolvemos.
Antes aviavam-se receitas e agora não.
Agora falamos em atendimento de excelência, em guiões de atendimento, atendimento personalizado, escuta activa, etc. Conceitos que há uns anos não nos preocupavam!
Melhorámos a capacidade de servir!
Se olharmos para o “adversário” como um caminho para melhorar, então deixa de ser um problema e passa a ser um desafio que tornará o cliente mais satisfeito.
Diversidade de serviços
Também aqui foi a concorrência que nos fez evoluir. Antes as farmácias apenas faziam o atendimento ao balcão e a medição de alguns parâmetros bioquímicos (não falando do papel social que sempre tiveram). Agora vemos farmácias com uma panóplia de serviços, por isso foi uma boa mudança.
Sabemos que agora tudo dá mais trabalho, mas só assim evoluímos. Estagnar é que não pode acontecer.
Diversidade de produto
Aqui também houve uma grande evolução nestes últimos anos. O stock produtos de IVA 23% aumentou muito, em qualidade e quantidade. Mas será isso mau? Não, se o stock estiver ajustado às vendas. Estes são os produtos que nos deixam maior margem, porque infelizmente a margem do medicamento tem baixado vertiginosamente. Então é aqui que temos de trabalhar cada vez mais e melhor.
Imagem e ambiente da farmácia
Poucas são as farmácias onde entro que não fizeram obras nos últimos anos e que não se modernizaram. Muito provavelmente este facto tem a ver com a concorrência. Se não houvesse concorrência, quer de farmácias, quer de outros locais, a imagem da farmácia não era uma preocupação.
Agora temos farmácias cada vez mais bonitas e modernas!
Mas será que a concorrência só nos trouxe coisas boas?
Não! O medo da concorrência fez com que algumas farmácias diminuíssem os seus lucros, fazendo descontos e baixando preços. A “guerra de preços” entre farmácias próximas foi, e ainda é, um desastre. Aí sim, a concorrência foi avassaladora. Mas foi o medo dela que muitas vezes fez tomar decisões erradas.
A preocupação deve ser em fazer melhores compras e vender cada vez mais os produtos mais rentáveis.
Devemos ter consciência que a nível de preços não podemos concorrer com grandes grupos e cadeias de distribuição, que compram em muita quantidade e podem esmagar margens. Então, o que fazer para concorrer com eles?
Simples. Aumentar a nossa qualidade de serviço! Sermos cada vez mais profissionais. Aplicarmos cada vez mais os nossos conhecimentos. Não sermos apenas “dispensadores” de medicamentos. Alertarmos para os efeitos secundários, preocuparmo-nos com o estado de saúde do utente, abusarmos dos conselhos, alertarmos para as medidas não farmacológicas e, muito importante, conhecermos bem o que vendemos!
Quando temos confiança nos nossos serviços, não temos de ter medo da concorrência!
Se quiser saber mais sobre como trabalhamos com as equipas e como podemos ajudar a criar um serviço de excelência na sua Farmácia, contacte-nos para teresa.batista@
Ana Catarina Carvalho diz
Olá equipa Leading Pharma Solutions !
Não seria descabido abrir aqui um novo tema de reflexão a meu ver de crescente importância: A AUTOMEDICAÇÃO.
Como o próprio termo indica : AUTO + MEDICAÇÃO é alguém que com ou sem receita medica se medica sem respeitar as regras rigorosas do medico que a prescreve, ou então confia na leviandade do “amigo” que as aconselha.
Hoje lidamos com fármacos de grande toxicidade, e por isso tem de haver um controle rigoroso da sua venda ( só com receita medica ) e adequada administração.
Por muito inofensivo que seja o fármaco pode ser prejudicial a quem o toma sem regras, ou sugestionado por um anuncio televisivo , ou o amigo toma e deu resultado, ou toma sem a aconselhável monitorização continua do seu farmacêutico ou medico. Neste tipo de casos importa reforçar a relação de confiança entre o farmacêutico e o doente; para que em casos extremos os sintomas possam ser detectados pelo farmacêutico e este possa alertar o medico e família do doente e o próprio doente. ( julgo eu ) As vezes essa relação de confiança traduz-se na atitude negligente da farmácia vender farmacos sem exigir a receita medica. Por um lado facilita-se a venda em casos específicos de doentes crónicos, mas não se aconselha uma ida ao médico por exemplo.
É importante tomar medidas para se evitar esta atitude irreflectida e negligente que é a Automedicação e que ás vezes pode levar à morte involuntária.
Bom Trabalho
bjs.
Catarina
Teresa Batista diz
Obrigada pela ideia Catarina!