É verdade, às vezes estamos tão mergulhados nos problemas do dia-a-dia e nos dos nossos utentes, que nos permitimos distrair de ter uma visão de helicóptero do nosso negócio.
E quando andamos distraídos por muito tempo, todos sabemos que geralmente dá asneira!
Se por um lado o dia-a-dia já nos desafia o suficiente, não podemos descurar o futuro próximo. A gestão da Farmácia de curto e de médio prazo em simultâneo implicam um equilíbrio desafiante, que devemos procurar manter.
1. Compromisso
Às vezes é importante voltar ao “bê-á-bá” das coisas e lembrarmo-nos que TEAM significa Together Everyone Achieves More. Dizer que juntos chegamos mais longe é bonito, fazer disso um dos valores da Farmácia dá muito trabalho, mas é imprescindível para ter uma Equipa vencedora.
Provavelmente ainda pensamos por vezes que feito por nós é que ficava bem, que o problema é da Equipa, que tivemos de baixar expectativas para não nos sentirmos defraudados…
E se o problema não for dos outros? Às vezes procuramos respostas que estão dentro de nós.
Será que estamos a comunicar assertivamente, a reunir com a Equipa, a desafiar, a dar feedback, a suportar o risco? Sempre que a nossa Liderança melhora, a Equipa vai atrás…
Nenhum dos Farmacêuticos ou Técnicos da Equipa vão dar tudo sem se sentirem envolvidos, sem se considerarem parte integrante e peça fundamental do grupo em que trabalham.
Parece que compromisso e superação caminham de mãos dadas e este é um binómio de que não podemos prescindir relativamente a nenhum elemento da Equipa!
2. Modelo operacional da Farmácia
“Tem funcionado, é de manter…” – eventualmente, mas não é assim tão simples!
Já pensou no custo de oportunidade de não fazer diferente?!
Se não mudarmos nada, se não trouxermos outros serviços, se não tivermos um modelo de proximidade na Comunidade, se não enriquecermos as competências de balcão, dificilmente melhoraremos os resultados.
Não há modelos certos nem errados, mas têm de ser questionados e melhorados para percebermos se caminhar noutra direcção poderia trazer mais resultados, endereçar ou criar outras necessidades nos clientes ou até minorar as reclamações ou conflitos pontuais.
Se incorporamos novos elementos na Equipa ou ajustamos a definição de funções existente, se procuramos clientes mensais ou nos rodeamos de outros parceiros, se procuramos ser mais disruptivos na abordagem ao aconselhamento, são variáveis de uma equação complexa que devemos procurar tornar clara para toda a Equipa.
Longe vai o tempo em que estava tudo na nossa cabeça… ou em que podia estar.
A estratégia, para além de estar pensada, tem de ser comunicada e partilhada…
3. Plano de Acção
… e importa estar materializada num Plano de trabalho que se possa seguir ao longo do ano.
Ou pode dar-se ao luxo de comprometer o foco?
Numa altura em que tudo acontece muito rápido, em que temos praticamente quatro gerações a trabalhar no mercado em simultâneo (e com que dores de cabeça, às vezes…),é urgente dar estrutura ao trabalho e não perder o fio condutor.
Temos a tendência para considerar que os objectivos causam muita pressão e por isso vamos gerindo a equipa num estilo mais democrático, tipicamente mais confortável para todos…
Será benéfico? Curiosamente, as Equipas procuram invariavelmente caminhos definidos, objectivos claros e feedback periódico.
É bom avaliar correctamente cada colaborador da Farmácia pelo valor que aporta (leia-se resultados), mas para que isso seja um processo exequível e justo, os modelos de avaliação e compensação têm de ser transparentes para todos.
4. EBITDA
E importa falar de resultados, saber quantificar como está a correr, tomar decisões com base nos indicadores operacionais e não ter medo dos mapas da Contabilidade…
Aliás, os indicadores são uma ferramenta preciosa na gestão da Farmácia enquanto negócio e um input imprescindível à tomada de decisão. Mas para isso precisamos de os compreender!
Talvez começar pelo EBITDA seja o mais óbvio, já que representa o quanto a empresa gera de recursos através da sua actividade, sem considerar os impostos e outros efeitos financeiros.
O EBITDA é utilizado essencialmente para analisar o desempenho da Farmácia, medir a produtividade e eficiência da Organização, e constitui um ponto essencial para tomar decisões de investimento, ajustar a negociação com os Fornecedores e melhorar a rentabilidade na compra, pensar em lançar novos produtos ou serviços e apostar pela formação ou coaching comercial ao balcão dos nossos recursos.
5. Criatividade e Inovação
E porque o melhor investimento é nas Pessoas, a Gestão da Equipa deve valorizar o contributo de cada um.
Se tivermos as competências certas na Equipa e o processo for participado, conseguiremos sempre pensar o caminho de forma disruptiva.
A Equipa conhece como ninguém os utentes, as suas necessidades, os factores emocionais, o que se passa nas Farmácias do lado até…
O que nos impede de lhe dar voz na altura de pensar o próximo trimestre ou o próximo ano?!
Com o novo ano à porta, promete que vai reter estas 5 dicas?!
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