Até parece o título de um filme 007! É que, verdade seja dita, recrutar já não é o que era…
E por quanto tempo atraímos os recursos que estão connosco?
Contrariamente ao que aconteceu transversalmente a diversos setores nos últimos anos, são agora muitos os anúncios de oferta de emprego que enchem o Facebook, o LinkedIn e os Grupos de Farmácia nas redes sociais. Também os canais tradicionais de recrutamento não são exceção e todos sabemos o quão desafiante está recrutar…
Mas será que recrutar perfis seniores será sempre a melhor opção? Será que conhecemos adequadamente as nossas pessoas e que lhes proporcionamos as oportunidades certas? É verdade que o “sangue novo” faz falta na Equipa, mas não é menos verdade que desenvolver e proporcionar crescimento aos nossos melhores Farmacêuticos e Técnicos pode ser uma aposta vencedora.
O facto de o mercado estar a mexer, dá um sentido de urgência às Empresas para reter talentos e tornar a oportunidade de trabalho apetecível, tanto para quem já está na Farmácia como para quem possa vir a integrar o quadro de pessoal.
Conhecer o Cliente interno
Andamos tão focados e preocupados em como servir com excelência os nossos Clientes (e bem!), que nos esquecemos que temos Clientes “internos” não menos exigentes…
Se pensarmos bem, tudo começa na forma como vemos os elementos da Equipa. E até do que eles representam para nós… ser “funcionário”, “empregado” ou “colaborador” não são detalhes de terminologia…
Na realidade, precisamos de garantir que cada elemento da Equipa está motivado (leia-se envolvido), que com ele temos de desenvolver confiança (para ganhar compromisso) e a quem importa endereçar expectativas (pelas oportunidades, pelo crescimento que proporcionamos e pelo reconhecimento que manifestamos).
Há uma coisa que não deixa margem para dúvidas, é que se o “cliente interno” não tiver o propósito claro fica difícil servir com excelência o “cliente externo”…
Importa por isso promover uma liderança centrada nas Pessoas, proporcionar momentos informais para desenvolver a relação, conhecer individualmente as emoções e aspirações dos nossos recursos e estar ciente das suas capacidades para fazer acontecer.
Proporcionar um ambiente atrativo e estimulante
Enquanto Diretor Técnico, Proprietário ou Gestor, imagino que se questione frequentemente sobre o tipo de experiência profissional que está a proporcionar aos elementos da sua Equipa, a cada um deles…
Será que somos uma Farmácia de referência? Estaremos a ajudar a crescer em competências e a proporcionar o crescimento que anunciamos? Desafiamos e estimulamos o suficiente? Reconhecemos quem se supera?
Proporcionar aos colaboradores um plano de desenvolvimento individual, garantir a comunicação periódica com todos, valorizar uma vida pessoal e profissional balanceadas através de uma dimensão de equipa adequada, ajudar a viver a missão e os valores, são aspetos fundamentais para que o sentido de pertença e o compromisso estejam sempre lá, para que cada um sinta a Farmácia como sua…
E como precisamos de desafiar, acompanhar e celebrar resultados em conjunto…, para proporcionar um ambiente positivo e incutir uma cultura de sucesso!
Tornar-se o líder que a sua Equipa precisa
E este é um desafio maior!
Implica pensar o que a Equipa espera de si, convida a fazer tábua rasa de outras experiências de liderança que já tenha tido (porque não há duas equipas iguais) e a apostar numa relação de proximidade com as pessoas.
Manter a congruência entre o que anunciamos ou prometemos e o que fazemos, ser autêntico, liderar pelo exemplo e debelar conflitos são fundamentais para a credibilidade e para mobilizar as pessoas na direção do que pretendemos.
Um líder não pode exigir capacidade de adaptação à mudança se ele próprio não a tiver, nem pode esperar que os egos dos seus pares ou subordinados se anulem se não souber vivenciar humildade…
Por outro lado, liderar não é um ato de fé. Há alturas em que não nos podemos desviar dos factos, do que importa ver e, quando corre mal, é necessário reconhecê-lo e readequar a estratégia. Se for preciso mudar de opinião, ou mesmo de direção, há que fazê-lo e assumir a responsabilidade.
Por vezes, é preciso ser um líder invisível, aprender a ser líder na retaguarda, tornar a estratégia participada para envolver desde a primeira hora e gerir com confiança e transparência.
Em muitas Farmácias é o Líder que colhe os frutos do trabalho realizado e que chama a si os louros do resultado do empenho de todos. Será esta a melhor abordagem?
É verdade que quando há sucesso numa Equipa, seguramente que o DT terá muito mérito, fruto da sua visão, motivação e orientação da equipa. Mas, não é menos verdade que quem assegura o processo são todos os que a um nível mais operacional fazem os resultados acontecer e importa deixá-los brilhar.
Por tudo isto, torna-se cada vez mais óbvio que o sucesso empresarial não depende das competências disponíveis, mas da forma como a Farmácia potencia os talentos individuais…
Vamos tornar a retenção de talentos uma prioridade na nossa Equipa?!
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