O que pensa ser mais importante? Saber SER ou Saber FAZER? E se puder ser um “e” em vez de um “ou”?
Em qualquer equipa, estes dois saberes são pensados e questionados frequentemente. Seja em processos de recrutamento, seja na implementação de indicadores de desempenho, na reavaliação das funções e tarefas das equipas, ficamos perante estas questões, qual o mais importante, saber SER ou saber FAZER.
Antes de mais, acredito na fórmula SER x FAZER = TER, ou seja, para termos mais sucesso, mais clientes, melhores negociações, melhores equipas, teremos de aliar o saber SER com o saber FAZER e acima de tudo querer FAZER.
Saber FAZER
Começando com o saber FAZER. Em farmácia comunitária há um conjunto de competências técnicas fundamentais! São estas que preparam a pessoa para o seu desempenho profissional e podem ajudar no crescimento com a aquisição de novas competências. Assim, temos as competências base que vêm do percurso académico, mas temos assistido cada vez mais à adesão de outras formações.
São cada vez mais os farmacêuticos e técnicos de farmácia que apostam em formações complementares sejam elas no âmbito do marketing, redes sociais, gestão de compras, ferramentas MS Office entre outras disponíveis online e não só, mas que permitem desempenhar as funções atuais ainda melhor e até lançar-se em novas áreas de foco. Ajudam a abrir horizontes e a traçar um caminho diferente em termos de papel na farmácia.
Se estivermos a pensar em recrutamento, a experiência conseguida para determinada função é importante e valorizada bem como toda a formação adquirida.
Dai que o saber FAZER possa ser trabalhado, potenciado, promovido dentro da equipa.
Saber SER
Este é sem dúvida outro enorme desafio! Trabalhar no SER também é possível, mas é muito mais difícil. As competências técnicas são sempre mais fáceis de aprender.
Mas o SER pode e deve ser moldado ao longo do tempo. E uma das melhores formas de trabalhar estas competências é trabalhar a Inteligência Emocional. Não tem nada a ver com o coeficiente de inteligência, tem a ver com a forma como identificamos e gerimos sentimentos e emoções em nós e nos outros.
É trabalhar no SER de forma sistemática, identificando um conjunto de competências pessoais e no relacionamento com os outros, tais como capacidade de autoconhecimento, autocontrolo, relacionamento com os outros e geração de empatia.
A capacidade de nos conhecermos, de compreendermos as próprias emoções e os seus efeitos, de identificar o que estamos a sentir e porquê e estabelecer uma relação entre o que pensamos e o que dizemos ou fazemos. Saber o que nos move e motiva, o que nos retira energia pode ser trabalhado através da observação do impacto das nossas ações nos outros, qual a “onda de choque” que criamos e de que forma podemos aproveitar o feedback que nos é dado.
O autocontrolo é mais do que resistir a um comportamento explosivo e problemático. Podemos sempre transformar impulsos destrutivos em energia positiva e em situações de pressão manter o foco, pensar e agir com clareza. A capacidade de nos autocontrolarmos, de conseguir parar, pensar, respirar antes de agir, promove um bom ambiente e colaboração entre todos.
No relacionamento com os outros, temos a ganhar se garantirmos uma comunicação clara e gestão eficaz de conflitos, ter a capacidade de utilizar o conhecimento das nossas emoções e dos outros por forma a gerir interações de forma eficaz e fazer por conseguir o melhor de cada interação, para criar ambientes mais motivadores e harmoniosos.
E por fim, a capacidade de gerar empatia, que nos permite chegar ao outro como ele prefere, poder contribuir para um clima positivo e saudável dando a cada um o tempo que ele precisa.
Todas estas formas de saber SER podem e devem ser trabalhadas de forma individual e em conjunto com outros elementos da equipa. Crescer pessoalmente pode impactar as estruturas mais que outras competências, quer na relação com os outros, quer na criação de uma cultura de empresa, na melhoria da motivação da equipa entre outras.
Por essa razão investir no saber fazer é importante, mas o saber ser deve ser constantemente trabalhado por parte de todos na estrutura para conseguirmos o melhor TER em termos pessoais e profissionais.
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