Ser líder ou ser chefe?

Começo desta vez um artigo para Farmácias a falar de futebol!

Sim, este fim de semana assistimos a uma demonstração do que é um verdadeiro líder. O capitão da equipa da Dinamarca, de nome Simon Kjaer, mostrou ao mundo o que de melhor pode ter um líder. Foi o primeiro a chegar ao pé do colega caído e tentou ajudar, pediu de imediato apoio médico, reuniu a restante equipa para proteger Eriksen enquanto a equipa de socorrismo tentava tudo para reverter uma situação que parecia bem complicada. Enquanto os colegas viraram as costas consternados, ele esteve sempre a ver e depois procurou a esposa do jogador para lhe dar umas palavras de conforto.
Perante momentos complicados, souberam, ele e os colegas, manter a calma, proteger o jogador, proteger a família e os fãs e até a equipa da Finlândia festejou de forma muito comedida o golo.
Esta pequena aula de liderança deixa-nos todos a pensar no que devemos fazer para sermos melhores motivadores de equipa, melhores agregadores de “jogadores” e como passar estes momentos inspiradores em campo para o nosso dia a dia.
Sabemos que nem sempre é fácil.
Nem sempre conseguimos passar para a equipa os nossos objetivos, ou por outro lado, certos elementos não são tão cumpridores e envolventes como gostaríamos, ou sentem-se postos de lado, ou até desmotivados pela rotina ou frustrados porque os resultados não aparecem.

Comunicação

Voltamos sempre e a esta palavra e nunca é demais destacar a enorme importância que tem a comunicação numa equipa.
Mas para a mesma funcionar, tem de ocorrer sem medos, sem receios, de forma assertiva procurando ajudar e não expor o que está mal.
Há equipas onde existe alguma comunicação, mas depois vemos atitudes menos positivas, onde parece que se espera alguém fazer asneira para apontar a falha de imediato, ou existe muita “rádio alcatifa”, onde não existe confiança entre os elementos e como tal escondem coisas uns dos outros ou só abordam alguns.
Tem de partir de TODOS essa comunicação. Não pode ser só do líder. Este pode dar o mote, mas todos os elementos precisam entender que o objetivo maior é fazer a farmácia crescer, que se isso for verdade todos beneficiam e quando algo não está bem, deve ser comunicado.
E ao líder cabe orientar essa comunicação, pois se algo estiver a correr menos bem ou problemas acontecerem devem ser chamados à atenção os envolvidos, mas só esses e à parte! Para elogiar, isso sim, o mais possível à frente de todos.
Evitar os “boatos”, o “diz que disse” e tentar dar a todos tempo de antena gerindo os conflitos que possam acontecer de forma eficaz e justa.
A comunicação passa ainda por poder dar a conhecer o estado da farmácia. É importante comunicar abertamente sobre os indicadores da farmácia e dar a entender que a atuação de cada elemento impacta os resultados, que não existem tarefas melhores ou piores e que todos são importantes para aumentar as margens e melhorar as vendas.

Objetivos

A definição de objetivos deve ser clara, realista e mensurável. As tais metas SMART devem ser conhecidas e partilhadas por todos.
Podemos definir metas de equipa e individuais, para garantir o foco da equipa num bem comum, para envolver todos de igual forma no crescimento sustentado da farmácia e conseguir que todos atinjam o seu mais elevado potencial.
Quando estão bem definidos e partilhados, os objetivos servem não só como superação, mas também como forma de perceberem que trabalhando em conjunto pode chegar-se sempre mais alto.
E cabe ao líder em conjunto com a equipa definir os mesmos, dar a conhecer os resultados e estabelecer planos de correção quando algo não está a correr como previsto.
Por isso, numa perspetiva de melhoria contínua, este fim de semana temos algo a interiorizar e a pensar em como o futebol nos mostrou uma excelente lição.