Com 4 gerações a conviver em simultâneo no mercado de trabalho e com os colaboradores mais novos extremamente orientados à tecnologia, com o papel que a internet, os tablets e as redes sociais têm hoje na vida de todos, os estímulos à aprendizagem são totalmente diferentes.
E a própria forma como as pessoas trabalham, fisicamente sempre na mesma Farmácia, em diversas Farmácias de um Grupo, ou de forma remota, com horários distintos e longos em dias de semana ou fim-de-semana, obriga-nos a todos a questionar a abordagem à Formação que proporcionamos.
Numa altura em que as Farmácias estão a pensar o orçamento para o próximo ano e os Planos de Desenvolvimento / Formação das Equipas, procurámos reflectir consigo e partilhar o que são os “must have” em termos de oferta de formação e desenvolvimento que deve procurar proporcionar à sua Equipa (ou que cada Colaborador deve procurar obter na Farmácia em que trabalha).
Formação ou Desenvolvimento?
A formação contínua veio para ficar!
Vivemos um período que nos desafia permanentemente a melhorar o Negócio, em termos de diferenciação, competitividade e performance. E por isso não podemos confinar-nos a dar formação aos colaboradores da Farmácia para cumprir o requisito mínimo de horas a que somos obrigados, é necessário garantir que as competências que adquirem lhes permitem desempenhar bem o seu trabalho, com impacto positivo no desempenho da sua função e nos resultados globais da Farmácia!
Por exemplo, se forem Gestores de uma determinada categoria e forem a acções de formação das marcas que a ela pertencem, é desejável que retornem à Farmácia e partilhem a aprendizagem com os colegas, que a exposição melhore, que dinamizem as vendas e que a rentabilidade da marca suba… Ou não concorda?
As abordagens tradicionais de formação, por via da formação presencial ou do e-Learning, continuam a ser necessárias, mas devem ser enriquecidas com outras vertentes formativas de alto impacto que permitam incrementar o conhecimento e capacidade de aplicação imediata das aprendizagens por cada Farmacêutico ou Técnico.
É determinante que ao longo do tempo cada colaborador tenha oportunidade de aprender e de se desenvolver, com o Microlearning e o Coaching comercial individual ao balcão tendo vindo a assumir um papel crescente.
Microlearning
A Neurociência determinou que somos apenas capazes de absorver 4 a 5 tipos de informação para a memória de curto prazo a qualquer momento. O Microlearning surge como uma forma de partir a informação em pequenos itens de conteúdo, também designados por bite-size tips.
Complementar a formação presencial, que é uma forma de aprendizagem habitualmente em grupo e emocional pelas nossas equipas, com o Microlearning pode revelar-se extremamente interessante, visto constituir uma forma de, com iterações periódicas no tempo (semanais ou quinzenais), o conhecimento ser embebido na memória de longo-prazo, de ser adquirido gradualmente no tempo e de ser incluído na rotina de trabalho sem que esta tenha que ser interrompida ou o colaborador tenha que se ausentar.
Em muitos dos projectos de Formação e Desenvolvimento das Equipas que temos vindo a realizar, sobretudo na área de retalho e com horários similares aos das Farmácias, o Microlearning tem surgido na sequência da formação presencial inicial ou entre acções de formação em sala, e tem vindo a ganhar uma importância crescente nomeadamente sob a forma de:
– dicas periódicas de atendimento e vendas por email, sob a forma de infográficos
– vídeos-minuto, pequenos vídeos para reforçar os conteúdos mais significativos
– webinares (palestras online)
– quizzes ou outras peças, numa vertente de gamification
Coaching Comercial ao balcão
Se a Formação é fundamental na aquisição e consolidação de competências, o Coaching há muito que deixou de ser uma moda.
É certo que no início falava-se essencialmente em Coaching de Executivos para os perfis de Gestão / Direcção Técnica, mas hoje o Coaching estende-se como prática comum aos Farmacêuticos Adjuntos (numa vertente de Liderança) ou aos elementos que fazem balcão (numa vertente Comercial). Sabemos que a aplicação e desenvolvimento das soft-skills se revela hoje tão importante como a das competências técnicas…
As práticas de Coaching permitem traçar um plano de desenvolvimento de cada colaborador, estabelecer objectivos específicos e garantir o feedback individual periódico. O Coaching Comercial assenta na observação dos atendimentos e no debrief sobre os pontos de melhoria de cada interacção com o cliente.
O Coaching potencia a capacidade de encontrar respostas para as diversas situações, contribuindo para desenvolver o potencial e acelerar o crescimento de cada um. Quando o Coaching se alia à formação tradicional, o impacto é imediato, traduzindo-se num catalisador de resultados para a Farmácia.
Em suma, sempre que se questionar se a formação ainda é ou não o que era, a resposta é “NIM”. Continuamos a necessitar de proporcionar às Equipas formação presencial, seja Teambuilding ou formação em sala, porque há conteúdos que faz mais sentido ministrar desta forma e porque a abordagem experiencial e os exercícios práticos são importantes.
E precisamos de dar resposta aos desafios criados pelas novas formas de trabalhar e de aprender. E tal impõe-nos a necessidade de proporcionarmos outros métodos de desenvolvimento das nossas Equipas, de que o Microlearning e o Coaching em torno da Venda e da Liderança são exemplos com resultados curiosamente muito diferenciadores.
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