Uma equipa motivada e comprometida com os objectivos permite-nos avançar e superar qualquer desafio, sobretudo quando o contexto é exigente, como o actual. O ambiente e o espírito de equipa geram o alento que qualquer Farmácia precisa de respirar…
Que equipa escolho ter?
Outro dia num Programa de Acompanhamento perguntaram-me “Se esta Farmácia fosse sua, quem é que escolhia para ter na sua Equipa?” Marotos…
Se a Farmácia é nossa ou a sua gestão está à nossa responsabilidade, não podemos permitir-nos ter um único elemento que não estejamos convictos que queiramos/precisemos de ter a bordo. Necessitamos das melhores pessoas, mais perspicazes, mais comprometidas, com mais garra e a trabalhar orientadas a objectivos e resultados. Enquanto não tiver a melhor equipa para trabalhar, não baixe os braços!
Há situações em que recrutar barato sai caro, há situações em que não dispensar os casos complicados sai muito mais caro. Sabemos que não são decisões fáceis, mas se calhar é mesmo preciso.
A Farmácia é uma empresa, a produtividade e a rentabilidade têm que ser medidas e estar no topo das nossas prioridades. Se agora não estamos a aumentar o volume de negócios, que consigamos libertar mais e ter uma empresa mais saudável, caso contrário estaremos apenas a trabalhar para aquecer ou com um nível de ansiedade relativamente aos números que não recomendaríamos a nenhum utente…
É determinante percebermos o que motiva cada colaborador em particular. Temos a noção clara que do ponto de vista de mindset de gerações nos é difícil perceber porque é que os mais novos agora pedem primeiro e depois dão de volta, porque é que se envolvem mais ao de leve nas coisas, e até porque é que têm uma ambição aparentemente q.b.. Mas têm tantas coisas boas, é preciso conhecê-las e tirar o melhor partido da diversidade.
Às vezes assumimos que todos estão comprometidos e depois surpreendemo-nos. Talvez seja por isso que dizemos determinadas coisas dezenas de vezes e até parece que não nos ouvem, ou não lhe acontece? O facto de as pessoas não estarem comprometidas, contrariamente à leitura que por vezes fazemos, não quer dizer que não se interessem, não é necessariamente sinónimo de alheamento ou sequer de desleixo, têm é que perceber o que está no outro prato da balança, o que é que ganham com isso. E esse é um caminho que temos que ajudar a percorrer, pelo diálogo, pela confiança.
E mesmo que a nossa equipa seja fantástica, não se progride ainda mais sem desafiar, sem pedir e dar de volta. Premiar quem tem um desempenho de excelência é uma forma de reconhecer o contributo diferenciador de cada um. Como analisa habitualmente a performance da sua equipa? Tem um modelo de avaliação de desempenho em vigor? Como premeia e como celebra o sucesso de cada um?
Que líder escolho ser?
É curioso que dificilmente conseguimos responder à questão “Que equipa escolho ter?” sem nos perguntarmos “Que líder escolho ser?”.
Muitas vezes a liderança da Farmácia é um processo solitário e isso acontece sobretudo se a nossa equipa não tiver crescido suficientemente. Há situações ou apostas que não se validam ou partilham com o FA ou o FS e acabamos por protelar determinadas decisões, por ficar à espera de melhor altura, por não dinamizar as coisas como deveríamos… Parece que falta alguém que nos sussurre “boa ideia”, “vai”, “avança” ou que nos suporte adequadamente.
Existe ainda muito a filosofia da liderança do tipo “a galinha e os seus pintainhos”. Protegemos muito os nossos pintainhos para que eles não se magoem e não façam asneiras, mas também não os deixamos ganhar asas. E os nossos Adjuntos, Farmacêuticos e Técnicos nunca fazem mais, nunca fazem diferente, pelo que… continuamos a fazer nós! Todos sabemos que as equipas crescem à medida dos desafios que lhes são lançados, por isso é importante semear, para colher mais tarde. Mesmo que isso pressuponha delegar, acompanhar, fazer coaching e investir mais do nosso tempo no curto prazo.
Outro aspecto tem a ver com a Comunicação. É verdade que falamos muito com eles, não fosse o estarmos sempre juntos… Mas, aqui entre nós, comunicamos de forma eficaz? Somos assertivos, ou somos demasiado conciliadores porque é preferível não melindrar ninguém? Falamos do que é essencial, com todos, ao mesmo tempo? Quando foi a última reunião de equipa que fizemos na nossa Farmácia?
Ter a capacidade de inspirar a equipa com diversas linhas de orientação a perseguir e as metas a atingir, alinharmos objectivos de vendas, de campanhas, de iniciativas na Comunidade e de novos serviços a lançar é fundamental. Costumamos dizer que o atingir dos objectivos tem que ter para cada elemento um valor percebido superior ao seu salário no final do mês, tem que conter desafio, apelar ao brio pessoal e dar a oportunidade de fazer a diferença, mais não seja permitir chegar ao tal prémio. Só assim a meta entra na agenda de cada um…
Naturalmente que a comunicação assume um papel fundamental na criação de uma atmosfera de confiança. A disponibilidade para comunicar permite esbater inseguranças, clarificar gradualmente o caminho, sentir que haverá apoio nas decisões a tomar, nos passos que se forem dando… Quando a confiança prevalece, as equipas estão mais predispostas e melhor preparadas para lidar com períodos mais desafiantes, para gerir os altos e baixos, até mesmo para perceber determinadas perdas.
O buy-in de cada nova iniciativa, de cada novo projecto pela equipa é fundamental para que se consiga avançar no caminho certo. Tal como cada elemento da equipa, o líder também terá as suas questões, as suas dúvidas, os seus receios. É importante que a equipa o percepcione, para reconhecer que, afinal, os desafios são para todos…
Não fique à espera de melhores dias para dinamizar a sua Farmácia, ou o seu negócio pode esperar?!
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